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Emgea acumula prejuízos de R$ 10 bilhões desde 2001

Kelly Oliveira* /ABr - 23 de maio de 2008 - 08:35

Brasília - A Empresa Gestora de Ativos (Emgea), encarregada de administrar contratos de financiamento imobiliários de difícil recuperação originários da Caixa e outras instituições, acumula prejuízos de R$ 10 bilhões desde 2001, quando foi criada.


Com a renegociação de dívidas, são recuperados R$ 160 milhões por mês, mas como a dívida da Emgea com o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) é maior (R$ 250 milhões por mês) e há ainda outras despesas, o déficit fica em R$ 150 milhões por mês. A Emgea é uma empresa estatal vinculada ao Ministério da Fazenda.


Segundo o diretor-presidente da Emgea, Valter Correia da Silva, esses números estão praticamente estáveis nos últimos anos, embora o número de contratos com pendência tenham diminuído. Quando foi criada, a Emgea recebeu 1,3 milhão de contratos.

Atualmente ainda há 425 mil contratos a serem liquidados. Apesar da redução, a inadimplência tem aumentado e chega a 47% do total de contratos. No ano passado, estava em 42%. “Esse percentual vem aumentado porque os contratos que estão ficando são os mais difíceis”.

Silva explicou que todo o dinheiro recuperado é enviado ao FGTS. “Muita gente confunde, achando que a Emgea, por ser empresa, está indo atrás para ter lucro e não é. A Emgea é uma empresa vinculada ao Ministério da Fazenda e esses recursos recuperados são devolvidos para o próprio sistema”.

Segundo Silva, obter lucro é impossível uma vez que se trata de contratos em desequilíbrio, ou seja a dívida é maior do que o valor de mercado do imóvel.

Para os contratos que estão adimplentes, o provisionamento é de 10%. “Os que estão inadimplentes a gente tem que ver caso a caso e provisionar no início do ano todo o valor. Então a gente vai recuperar o que for possível”. A Emgea é captalizada pelo Tesouro Nacional.

Silva não tem previsão de quando todos os contratos serão liquidados. “É difícil dar uma previsão. Gostaríamos de resolver o mais breve possível, mas as pessoas nos procuram na última hora para poder resolver. É por isso que a gente está ampliando esse contato com as pessoas que têm contrato a vencer”. Segundo ele, a Emgea está enviando cartas aos mutuários com contratos que em 2008 e nos próximos três anos para renegociar.

São 30 mil contratos de financiamentos que vencem nesse período com saldo devedor maior do o valor de mercado do imóvel. Desse total, 8 mil vecem neste ano e 3 mil já foram liquidados. Pelos contratos, ao vencer o prazo de financiamento, o saldo devedor é automaticamente refinanciado pela metade do prazo original.A proposta da empresa é descotar tudo o que já foi pago do valor atual de mercado do imóvel no mercado.

Segundo o presidente da Emgea, mesmo com as negociações, a empresa tem hoje em estoque para venda 9 mil imóveis que foram retirados dos mutuários. Quando isso acontece, o imóvel é leiloado ou vendido por meio de corretores.



* Colaborou Daniel Lima.

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