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Embrapa conclui que moratória da pesca não é necessária

Fernanda Mathias / Campo Grande News - 29 de setembro de 2005 - 13:56

Estudos desenvolvidos pela Embrapa Pantanal dão conta de que a maioria dos estoques pesqueiros do Pantanal não está “sobrepescada”, isto é, a quantidade de peixes capturada anualmente vem sendo menor do que a capacidade natural de reposição dos estoques. Esses dados contrariam os argumentos do governo de Mato Grosso do Sul, que junto de Mato Grosso pretende declarar moratória de quatro anos à pesca para manter as reservas de peixe nos rios.
De acordo com informações do pesquisador da Embrapa Pantanal, Agostinho Catella, os estudos de avaliação do nível de exploração dos estoques pesqueiros realizados a partir dos dados obtidos pelo Sistema de Controle da Pesca de Mato Grosso do Sul. O pesquisador informa, ainda, que apenas para o pacu houve indicativo claro de sobrepesca e como medida de proteção do estoque dessa espécie, foi proposto o aumento de seu tamanho mínimo de captura que passou de 40 para 45 centímetros a partir do ano 2000. Em relação ao jaú, os indicativos de sobrepesca não foram tão evidentes, mas como medida de segurança foi proposto o aumento do tamanho mínimo de captura. Estes resultados foram confirmados também por estudos realizados por pesquisadores da UFMT, em Mato Grosso.
Conforme informativo da Embrapa Pantanal, a quantidade de pescado capturado por pescadores profissionais artesanais vem se mantendo estável desde 1996, em torno de 300 toneladas ao ano. Por outro lado, a quantidade capturada pelos pescadores esportivos aumentou de 1994 a 1999, atingindo cerca de 1200 toneladas, quando era permitido capturar 25 kg mais um exemplar. Em seguida, a captura desta categoria reduziu gradativamente a partir de 2000, em função da redução da cota de captura permitida aos pescadores esportivos (15, 12 e 10 kg mais um exemplar) e da redução do número anual destes pescadores que visitaram a região, atingindo 328 toneladas em 2003.
A Embrapa lembra ainda que a economia de Corumbá é baseada na pecuária, na mineração, na pesca e no turismo. Atualmente, existem no Estado cerca de 1.500 famílias de pescadores profissionais artesanais que dependem diretamente da captura de peixes para o seu sustento.

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