O presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Marcos Luiz Barros, entregou hoje ao presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Clayton Campanhola, uma autorização para plantio e estudo de mamão geneticamente modificado na área de Cruz das Almas, no sul da Bahia.

A Licença de Operação de Áreas de Pesquisa nº1 de 2003 foi entregue ao presidente da Embrapa em seminário para conservação da biodiversidade das florestas na sede da empresa, em Brasília.

A finalidade do seminário é proporcionar o diálogo entre as áreas do meio ambiente e de desenvolvimento. Para isso, foi assinado um acordo de cooperação técnica entre o Ministério do Meio Ambiente (MMA), a Secretaria de Biodiversidade e Florestas (SBF) e a Embrapa. O encontro abriu o Seminário de Conservação e Uso Sustentável da Biodiversidade e das Florestas”, na sede da Embrapa.

Durante dois dias, técnicos da SBF e do MMA, representantes do Ibama e pesquisadores da Embrapa vão debater ações e políticas públicas de conservação e uso da biodiversidade e das florestas brasileiras. A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, destacou a importância de “uma ação integradas que faça cumprir o desafio histórico de diálogo entre Meio Ambiente e desenvolvimento”. A ministra ressaltou também a importância de ações integradas entre os diversos órgãos do governo e a sociedade para permitir a inclusão social. “O grande desafio é fazer o desenvolvimento sustentável de forma gradativa, progressiva e que contemple a necessidade da inclusão social”, concluiu Marina Silva.

Na abertura do seminário, a ministra disse que 4% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro vêm da exportação, daí a importância do acordo assinado. A política de plantio e uso do mogno no Brasil é resultado do uso sustentável da madeira brasileira, e o MMA “tem uma política que alia respeito à lei e combate à ilegalidade. Agora, o nosso mogno não será mais derrubado, e sim, colhido”, garantiu a ministra.

O secretário de Biodiversidade e Florestas, João Paulo Capobianco, disse que o acordo permitirá aos órgãos envolvidos "dar uma contribuição inestimável ao país”. Segundo Capobianco, a intenção é promover tecnologias para a recuperação de áreas degradadas. “É necessário estimular o plantio de florestas para recuperar áreas degradadas para que se evite o apagão florestal”, ou seja, evitar que o país importe madeira para suprir a necessidade das empresas que a usam como suprimento básico.

Atualmente, o vírus da mancha anelar é a pior ameaça ao cultivo do mamão. O vírus diminui o tamanho da folha e prejudica o crescimento da fruta e, conseqüentemente, a sua produção. De acordo com Barros, o mamão é o primeiro de uma série de 60 processos que estão sendo analisados pelo Ibama para liberação do estudo e plantio experimental de organismos geneticamente modificados.