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Em velório de garoto, avó diz que crime destruiu família

Ângela Kempfer e Adriany Vital, Campo Grande Newa - 19 de novembro de 2009 - 11:08

A foto de Rogerinho, morto aos 2 anos de idade, foi colocada sobre o caixão do menino, velado na manhã de hoje no Jardim das Palmeiras, em Campo Grande. A imagem da criança sensibiliza a todos que chegam para prestar solidariedade à família, nitidamente arrasada com o desfecho trágico de uma briga de trânsito.

Amigos e parentes vieram também de Jardim, cidade onde o garoto nasceu, todos ainda muito revoltados com a assassinato. A avó, Adriana de Mendonça Pedra, de 39 anos, é a única que consegue comentar o caso, resumido por ela como um exemplo de “brutalidade, crueldade e falta de amor ao próximo. Acabou com a gente”.

O filho, Aldemir Pedra Neto, que dirigia a camionete L-200, envolvida na confusão que acabou em morte, não compareceu ao velório nesta manhã. “Ele não tem condições”, justifica Adriana.

A avó de Rogerinho inocenta o filho de qualquer responsabilidade pelo o que ocorreu ontem, às 11 horas, na avenida Mato Grosso, local da discussão entre Aldemir e o jornalista Agnaldo Gonçalves, de 60 anos, depois de um desentendimento provocado por uma manobra do motorista da camionete.

”Discutir é uma coisa. Se eu discutir com você por qualquer outro motivo, haverá uma consequência. Daí eu tirar sua vida por isso? Ninguém tem esse direito. Meu filho não estava armado”, argumenta.

O pai do menino, Rogério Pinto, de 20 anos, não sai do lado do caixão. Ele e a mãe, Ariane Mendonça, de 19, são amparados por amigos e quase não falam durante a cerimônia, a não ser para rezar.

Adriana reforça que o filho chegou a avisar para o jornalista que havia 2 crianças dentro do carro, além de Rogerinho, a irmã dele – Ana Maria, de 5 anos, também estava no veículo.

Os dois moravam com avós, devido a separação dos pais. “Ele era um menino de ouro, de luz. Não é porque morreu, mas era criança que trazia muita alegria para nós.”

O avô, ainda Internado, ficou sabendo da morte do neto no fim da noite de ontem. “Ele chora muito e sente por não poder nem vir ao velório”, lamenta a avó.

Como tantos no velório de hoje, Adriana diz que só quer justiça. “Porque assim como fez com a minha família, pode fazer com outra pessoa”.

A avó avalia que o maior problema hoje é o fato das pessoas andarem armadas. “Não é normal estar armado”.

Sobre o dia de hoje, ela diz que “nunca nada que viveu se compara ao que está passando”.

O jornalista Agnaldo Gonçalves está preso em cela do 2º DP. Em depoimento ele justificou o crime dizendo que atirou depois de ser "fechado" 3 vezes no trânsito por Aldemir.

O bisavô de Rogerinho, José Mendonça, resume em uma frase a sensação. “Esse cara destruiu uma família inteira”.

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