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Em três anos, quadrilha vendeu mais de 500 CNH's falsas

Renan Nucci, Dourados Agora - 16 de abril de 2013 - 16:00

Ação da polícia resultou na prisão de sete pessoas. Foto: Divulgação/Gaeco
Ação da polícia resultou na prisão de sete pessoas. Foto: Divulgação/Gaeco

Novas informações divulgadas pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público Estadual (MPE/MS), apontam que a quadrilha que fraudava carteiras de habilitação vendeu pelo menos 500 documentos em três anos de atuação. A “Máfia das CNH’S” foi desmantelada durante a “Operação Risco Duplo”, realizada na última semana, resultando na prisão de sete pessoas, sendo seis no Mato Grosso do Sul e uma no Mato Grosso. Também há suspeita de envolvidos no interior de São Paulo.

Entre os detidos está um advogado  de 47 anos, responsável por gerenciar o esquema. A “sede” do grupo ficava em uma autoescola no município de Anastácio. O proprietário foi detido e a empresa foi suspensa por tempo indeterminado pelo Departamento Estadual de Trânsito (Detran/MS). As carteiras falsas eram vendidas por preços que variavam de R$ 1 mil a R$ 3.500. O “cliente” tinha a opção de retirar um novo documento, ou apenas mudar de categoria. O G1/MS divulgou trechos de conversas gravadas pela justiça.

Comprador 1: Eu tenho bastante interesse em negociar. Como é que faz pra tirar a carteira? Negociar a carteira, é porque eu tenho pouco estudo, sabe?

Dono da autoescola: Eu liguei pra ver lá em Campo Grande, é 3.500 [reais], né? Mas sai até por 3.200 [reais], é no pagamento à vista.

Comprador 1: Puxa vida, eu chego a sonhar com isso aí.

Dono da autoescola: Tá bom, fica tranquilo.

A quadrilha também oferecia licença para transporte de cargas perigosas. A troca dos documentos era feita pelo correio, e os compradores não precisavam realizar exames, tanto teóricos, quanto práticos. Muitos dos dados usados para confecção das novas carteiras pertenciam a pessoas mortas.

Dono da autoescola: Dia 14 é a prova de vocês, mas não vai ser preciso vocês virem na prova, não. Vai ter o nome nas provas, ai, chega no dia, os caras assinam como se vocês tivessem feito a prova prática.

Comprador 5: Se fosse aula de rua e baliza, aí nóis ia um dia aí e fazia.

Dono de autoescola: Não, mas não vai precisar vocês virem fazer, não. Tem que cumprir as etapas, né? Vai ter a prova prática dia 14, vocês estão agendados para essa prova, mas não é preciso vocês vim, não.

Comprador 5: Ah, tá ok, então.

Dono da autoescola: Chega no dia da prova, os caras que são do esquema já provam que vocês fizeram a prova e tudo, passou.

O advogado mato-grossense preso pelo Gaeco disse desconhecer o esquema, e negou qualquer envolvimento com os presos em Anastácio, Aquidauana, Nioaque, Sidrolândia, Jateí e Cuiabá (MT). A Justiça investiga a participação de pessoas de outras cidades como Dourados, Campo Grande, Bonito, municípios da região de Fátima do Sul e também do interior de São Paulo. O Promotor Marcos Alex Vera de Oliveira disse que os clientes do bando responderão criminalmente, por uso de documento falso e falsidade ideológica. O Detran abriu sanção administrativa para analisar o possível envolvimento de servidores.

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