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Em relatório, PT rejeita rótulo de ''mensalão"

Agência Brasil/ Marcos Chagas e Luciana Vasconcelos - 04 de abril de 2006 - 18:16

O relatório substitutivo do PT apresentado na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Correios rejeita o rótulo "mensalão" e aponta que o esquema de arrecadação ilegal de dinheiro operado por Marcos Valério de Souza, o chamado "valerioduto", teve início entre 1997 e 1998, na campanha do PSDB em Minas Gerais. O documento petista também nega que esse "caixa dois" tenha se tornado no governo Lula uma forma de arrecadar dinheiro para pagar parlamentares em troca de apoio político.

O relator da CPMI, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), manteve no relatório oficial a denominação "mensalão", criada pelo ex-deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ). O relatório do PT reafirma a tese de defesa apresentada pelo ex-tesoureiro do partido Delúbio Soares, de que os recursos repassados a parlamentares eram oriundos de empréstimos para pagamento de dívidas não contabilizadas junto à Justiça Eleitoral.

O relatório do PT aponta a campanha à reeleição do então governador de Minas Gerais e hoje senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG) como gênese do valerioduto: "O resultado das investigações descritas nos capítulos anteriores permite divisar que a gênese do esquema operado pelo Sr. Marcos Valério tem suas raízes em 1997 e 1998, no pleito eleitoral de Minas Gerais, onde reproduzia o mesmo modus operandi praticado a partir de 2003, ou seja, empréstimos a bancos para serem pagos ou não, no país ou no exterior; irregularidades em contratos de publicidade com os setores público e privado, pela ausência de prestação de serviços, ou superfaturamento dos mesmos, e repasses a partidos políticos a título de empréstimos".

O relatório alternativo ressalta ainda que há fortes indícios de que as instituições financeiras Banco Rural e BMG tenham participado do esquema idealizado e colocado em prática por Marcos Valério em 1998 e reativado em 2003 com Delúbio Soares. As empresas Brasil Telecom, Amazônia Celular e Telemig, então controladas pelo empresário Daniel Dantas, do banco Opportunity, são consideradas as principais fontes de financiamento do esquema de Valério.

O PT afirma ainda que há evidências que Marcos Valério manteve relacionamento constante e intenso com Azeredo, desde sua campanha de 1998, num contato que não cessou naquele ano. "No período de julho de 2000 a março de 2003 ocorreram 135 ligações entre o senador Azeredo e Marcos Valério, Cristiano de Mello Paz e a SMPB, conforme se comprova nos anexos deste relatório".



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