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Em entrevista, Maníaco da Cruz diz que "cometeu crimes por dinheiro"

Adriel Mattos, Campo Grande News - 30 de abril de 2013 - 19:55

Dhionatan Celestrino concedeu entrevista a um jornal do Paraguai logo após ser preso. (Foto: Divulgação)
Dhionatan Celestrino concedeu entrevista a um jornal do Paraguai logo após ser preso. (Foto: Divulgação)

Em entrevista ao jornal paraguaio Amambay Noticias, Dhionatan Celestrino, de 21 anos, conhecido por “Maníaco da Cruz”, afirma que uma pessoa que era sua amiga o contratou para cometer a série de assassinatos em Rio Brilhante em 2008. “Recebia de uma pessoa que era minha amiga. Eu era pistoleiro”, contou.

Questionado por que deixava suas vítimas em posição de crucificação, Dhionatan diz que tinha a intenção de despistar a Polícia, para que pensassem que ele era um serial killer, e não um pistoleiro.

Em 3 de março deste ano, o “Maníaco da Cruz” fugiu da Unei em Ponta Porã, onde estava internado desde 2008. Na entrevista, o jovem conta que ligou de um telefone público para um amigo, que não foi identificado, que conheceu dentro da unidade de internação e pediu ajuda para fugir.

O amigo levou Dhionatan de carro para a cidade de Horqueta, no Paraguai, onde se hospedou em um hotel, onde foi preso. Ele não esclareceu de onde veio o dinheiro que usou na fuga e o que manteve na cidade distante 160 quilômetros de Ponta Porã. Ele ainda deixa claro que não teve ajuda de parentes para fugir e não havia falado com a mãe até o momento.

O jovem conta ainda que, desde que fugiu da Unei, não fez contato com ninguém aqui no Brasil e que começaria uma nova vida em Horqueta. Ele relata que estava fazendo novas amizades, aprendendo o espanhol e o guarani e que iria se preparar para fazer um curso superior. Ele pretende ser médico.

Dhionatan conta que nunca voltou à cidade natal e pretendia recomeçar a vida no Paraguai. “Nunca pensei em retornar a Rio Brilhante, minha vida iria seguir aqui mesmo, queria mudar de vida, ter uma nova vida, mas gostaria muito de encontrar minha mãe, e estava fazendo bons amigos por aqui e minha vontade era mudar de vida”, afirma.

Em outro trecho da entrevista, o jovem conta os motivos que o levaram a fugir. “Eu completei três anos de cárcere em 2012 e agora tenho 21 anos. Esperei o Estado buscar pra mim uma clínica onde eu seria internado, porem não arrumavam essa clínica e assim queriam que eu ficasse esperando e eu fui cansando. Por isso resolvi fugir e seguir minha vida de outra maneira”, disse.

Quando perguntado se teria vontade de matar de novo, Dhionatan negou. Ele ainda fala que saía todas as noites, saía com amigos, tomava tereré. Ele comprou um celular, onde navegava na internet e ficava sabendo do que acontecia no Brasil.

Sobre seu futuro, o jovem diz que não tem medo de morrer. “Não sei se vou viver. Meu único medo é minha mãe ficar muito nervosa”.

Destino - O superintendente da Assistência Socioeducativa, coronel da Polícia Militar, Hilton Vilassanti, explica que 23 clínicas em São Paulo e Minas Gerais já foram consultadas, mas, ainda não responderam se aceitam Dionathan.

De acordo com o superintendente, a principal dificuldade em encontrar o local adequado está na segurança. Conforme ele, a clínica deve permitir escolta e aqui em Mato Grosso do Sul, nenhuma delas aceita. “Não há dúvidas que o local mais apropriado seja fora do Estado”.

O coronel cita ainda que o modelo de internação já está ultrapassado e esta também é uma das dificuldades.

O caso - Em 2008, ainda menor de idade, Dhionatan cometeu uma série de crimes que o tornaram conhecido como “Maníaco da Cruz”.

O primeiro a morrer foi o pedreiro Catalino Gardena, que era alcoólatra. O crime foi em 2 de julho de 2008. A segunda vítima foi a frentista homossexual Letícia Neves de Oliveira, encontrada morta em um túmulo de cemitério, no dia 24 de agosto.

A terceira e última vítima foi Gleice Kelly da Silva, de 13 anos, encontrada morta seminua em uma obra, no dia 3 de outubro. Dionathan foi apreendido no dia 9 de outubro, seis dias após o último assassinato

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