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Em Cassilândia, já foram apreendidos R$ 967 mil

Maristela Brunetto - Campo Grande News - 28 de abril de 2007 - 13:15

A Polícia Civil de Cassilândia conseguiu apreender R$ 967 mil em dinheiro e cheques nas buscas feitas durante a primeira fase das investigações de corrupção na prefeitura da cidade. De início foram recolhidos em apenas uma casa de servidor R$ 584 mil e o restante foi recolhido durante as semanas de apuração. Um dos crimes é de agiotagem com dinheiro público. O valor está depositado à disposição da Justiça no Banco Bradesco.

O delegado da cidade, Paulo Henrique Rosseto de Souza, disse na manhã deste sábado, em entrevista à Rádio Patriarca, de Cassilândia, que servidores presos (há cinco e uma foi solta junto com o marido) revelaram em depoimento que o prefeito da cidade, José Donizete Ferreira de Freitas (PT), sabia de irregularidades. Ele foi afastado no dia 18 junto com o vice, Sebastião Ferreira da Silva. Este foi localizado pela Polícia Civil e negou envolvimento. Há um recurso no Tribunal de Justiça à decisão de afastá-los.

A investigação inicia nova fase, com o propósito de ouvir fornecedores e ainda individualizar alguns crimes. O prefeito deverá ser ouvido, conforme o delegado. Os autos da primeira fase ficarão com a Justiça, que encaminhará ao Ministério Público para avaliar o teor e preparar as ações judiciais. Há quatro promotores na cidade envolvidos com a apuração do caso.

São muitas as irregularidades, comentou o delegado, como violação à lei de licitações, formação de quadrilha, a agiotagem com dinheiro público, pagamento de contas particulares com recursos da prefeitura e até a emissão de vales para servidores, o que não tem amparo legal. A Polícia obteve confirmação de retiradas de R$ 5 mil e até R$ 27 mil. Para o prefeito, confirmando o teor dos depoimentos, seria o caso de crime de responsabilidade. A Câmara já avalia criar uma CPI com o que for apurado pela polícia, podendo até resultar em cassação. Freitas foi procurado pelo celular pela reportagem do Campo Grande News mas não foi localizado.

Nas licitações, conforme Souza, havia compras direcionadas para favorecer algum fornecedor e ainda certames maquiados para regularizar compras já realizadas. Neste caso, o delegado cita a atuação da servidora Ivete Vargas de Souza, que está presa.

A prefeitura não tem serviço bancário de cobrança de taxas e serviços, sendo as finanças movimentadas por servidores. A Polícia comprovou que havia agiotagem mediante a apresentação de cheques de quem emprestava a quantia. Na maquiagem da contabilidade, o cheque aparecia como o pagamento de um tributo. A Polícia Civil vai investigar como ficava o prejuízo no caso de cheques sem fundos.

“Isso vai avançar, vamos chegar a outras pessoas”, diz, como no caso de licitações direcionadas. Conforme o delegado, comerciantes e outros servidores ajudaram com informações à polícia. “Não queremos inventar fatos, produzir provas”.

Ele cita que uma pessoa portava cheques no valor de cerca de R$ 70 mil que seriam provas contra outro preso- Orange Resende- e os documentos foram entregues à polícia. Na prefeitura foram apreendidos documentos, cheques e canhotos.

Segundo o delegado, pessoas chegavam a negociar empréstimo a juro com servidores na própria prefeitura. Como um braço da investigação diz respeito à compra de combustíveis, ele informou que uma equipe da ANP (Agência Nacional do Petróleo) foi à cidade para investigar postos.

Foram soltos Luceni Quintina Correia e o marido, Eugênio Luiz Azambuja, porque contribuíram com a investigação. Os demais que continuam presos são Ana Regina Arantes, Waldimiro José Cotrim Moreira e Jorge Kobaiashi, que disse que falará em juízo.

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