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Efeito da eleição de Obama : comércio exterior do Brasil

Bruno Bocchini /ABr - 06 de novembro de 2008 - 05:05

São Paulo - Um país muito mais restritivo a acordos comerciais e mais fechado a pretensões brasileiras, como a de realizar negócios em grande escala na área de biocombustíveis, é o que se pode esperar, nos próximos dois anos, dos Estados Unidos, que acaba de eleger Barack Obama, do Partido Democrata, como presidente. A avaliação é do presidente do Conselho Superior de Comércio Exterior da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e ex-embaixador do Brasil nos EUA, Rubens Barbosa.

“Eu prevejo que nesses próximos dois anos ou um pouco mais, enquanto durar a crise de maneira mais intensa, dado o Congresso americano, controlado pelos democratas nessa eleição, vai haver uma posição muito restritiva às pretensões que nós tínhamos de liberalização do mercado americano para alguns produtos brasileiros, inclusive o etanol. Eu acho que elas vão ficar adiadas por algum tempo”, disse em entrevista à TV Brasil.

Na opinião do ex-embaixador, a proximidade dos democratas, vitoriosos na eleição, com os sindicatos dos Estados Unidos tenderá a agravar o quadro restritivo a uma maior liberalização do comércio.

“Com a desaceleração da economia americana, você vai ter um aumento do desemprego nos Estados Unidos. E o Partido Democrata, que é muito ligado aos sindicatos, vai fazer uma pressão muito grande contra qualquer liberalização da economia”, disse.

Para o diretor executivo da Câmara Americana do Comércio, Luiz Gabriel Rico, no entanto, a eleição de Obama representa uma oportunidade de o Brasil tentar avançar em negociações comerciais que ficaram travadas no passado.

“Eu acho que o pior que pode acontecer é ficar como está. Não vejo nenhuma chance de retrocesso nas relações. A mudança da administração americana dá chance para que se retome negociações iniciadas anteriormente, talvez de uma nova forma. E buscando um escopo muito mais amplo do que tínhamos até então”, afirmou.

De acordo com ele, a história e a experiência de vida do novo presidente americano pesarão a favor do Brasil. “O momento é de esperança, é de mudança. É muito relevante a eleição do Obama considerando a origem, a história e a experiência de vida dele. São experiência, uma história e uma origem que têm muito com a formação do povo brasileiro. Ele é muito mais próximo de nós do que os outros presidentes eram”.




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