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Educação física pode frear bullying escolar

Gazeta Esportiva - 25 de abril de 2017 - 11:00

Divulgado na última semana, dados do terceiro volume do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa) 2015, dedicado ao bem-estar dos estudantes, revelaram que, no Brasil, aproximadamente um em cada dez estudantes é vítima frequente de bullying nas escolas.

O relatório é baseado na resposta de adolescentes de 15 anos que participaram da avaliação. Dos entrevistados no Brasil, 17,5% disseram sofrer alguma das formas de bullying “algumas vezes por mês”; 7,8% disseram ser excluídos pelos colegas; 9,3%, ser alvo de piadas; 4,1%, serem ameaçados; 3,2%, empurrados e agredidos fisicamente.

É mais que sabido que muitos desses casos de bullying escolar envolvem as atividades físicas. Ele ocorre em ocasiões como quando crianças acima do peso são colocadas a correr durante a aula, com as mais magras levando clara vantagem ou quando mais tímidos têm que demonstrar habilidade para interagir em e com algo que nunca haviam feito. Ocorre ainda quando menos habilidosos são deixados por último na divisão de times e, infelizmente, na postura ausente de alguns professores, que se preocupam com a obediência às regras do jogo em detrimento à criação de um ambiente de desenvolvimento social, emocional e de respeito às individualidades.

Nós, profissionais da educação física, precisamos agir para frear o grande número de casos de bullying escolar. Há uma forma de se conseguir isso. Basta pensá-la de modo educacional, como acontece com as demais disciplinas. Ela deve fazer o estudante entender a importância e as diferentes formas de se movimentar, compreendendo como o corpo e o organismo funcionam e como pode ficar debilitado na falta da prática de uma atividade física.

Os bons profissionais da educação física estudam e têm base para agir assim. Então, que coloquem o conhecimento em prática. Em suas aulas, planeje e use o imenso universo de conceitos e ideias da área para explicar, dar base e informações para o aluno praticar a atividade física não de forma mecanizada e até contra a vontade, mas de um modo que entenda o corpo e o exercício. Isso fará com que cada aluno se envolva na disciplina, ficando permanentemente estimulado a levar uma vida ativa.

Esse cuidado fará reduzir os casos de bullying escolar, mas muito mais do que isso: diminuirá o número de sedentários no país, de forma que mais pessoas levem uma vida saudável.

*Cristiano Parente é professor e coach de educação física, eleito em 2014 o melhor personal trainer do mundo em concurso internacional promovido pela Life Fitness. É CEO da Koatch Academia e do World Top Trainers Certification, primeira certificação mundial para a atividade de educador físico.

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