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Eduardo Azeredo diz que campanha foi aprovada pelo TRE

Agência Câmara - 03 de agosto de 2005 - 08:10

O presidente nacional do PSDB, senador Eduardo Azeredo (MG), disse nesta terça-feira à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Correios que sua prestação de contas relativa à campanha para o governo de Minas Gerais em 1998 foi aprovada pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do estado. O valor declarado ao tribunal foi de R$ 8 milhões. Porém, denúncias publicadas pela imprensa dão conta de que sua campanha teria custado quase R$ 20 milhões, e de que parte do dinheiro viria das empresas de Marcos Valério de Souza, acusado de operar o suposto pagamento, pelo PT, de mesadas a deputados do PP e do PL.
Eduardo Azeredo compareceu espontaneamente à CPMI dos Correios para prestar os esclarecimentos. Além das contas aprovadas pelo TRE, Azeredo destacou que o responsável pela movimentação financeira da campanha foi Cláudio Mourão.
O senador apresentou uma carta escrita por Mourão, na qual este afirma ter pedido à agência de publicidade SMPB apoio a vários candidatos a deputado, por considerar que a ajuda fortaleceria a campanha majoritária. Cláudio Mourão diz ainda que não incluiu esses gastos na prestação de contas da campanha a governador por entender que os beneficiados declarariam os valores.

Isenção
O senador Eduardo Azeredo negou que o governo de Minas Gerais tenha sido avalista de um empréstimo de R$ 9 milhões feito pela agência DNA junto ao Banco Rural em 1998. "Não tive nada a ver com o empréstimo. Foi um acordo particular entre uma empresa e um banco, que não tem a minha assinatura, nem a assinatura do meu partido, nem o meu aval ou do meu partido", disse Azeredo.
Na opinião do presidente nacional do PSDB, mais grave do que irregularidades nos financiamentos de campanha, é a compra de votos de parlamentares. A denúncia, declarou, deve ser amplamente investigada. O chamado "mensalão", segundo as denúncias do deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ), serviria para que os deputados da base aliada apoiassem o governo no Congresso.

Convocação formal
O discurso de Eduardo Azeredo aconteceu de forma espontânea. Há, no entanto, quem defenda sua convocação formal, como o deputado Maurício Rands (PT-PE). O parlamentar considera que ainda há questões a serem esclarecidas. "Como um banco aceita o aval ou a garantia de pessoas, como Marcos Valério, que já estavam sendo executadas e, por outro lado, o fato de que todos esses recursos foram destinados à sua campanha? Possivelmente nós vamos votar também a convocação do coordenador financeiro da campanha do senador e a do coordenador-geral", afirmou Rands. A campanha de Eduardo Azeredo em 1998 foi coordenada pelo ex-deputado Carlos Elói Guimarães. Ele dividiu o trabalho em subcomissões, como a que cuidava das finanças.
Há também quem discorde de um novo depoimento de Azeredo. O líder do PSDB na Câmara, deputado Alberto Goldman (SP), que também faz parte da CPMI, considerou satisfatórias as explicações dadas pelo senador. Já a deputada Juíza Denise Frossard (PPS-RJ) criticou a falta de acordo entre governo e oposição e classificou a polêmica sobre as convocações futuras de "torpeza bilateral". Ela defende a investigação de todos os fatos e sugere que os eleitores enviem mensagens aos parlamentares criticando a "falta de investigação" por parte da CPMI. Até agora, também não houve decisão sobre a convocação do deputado José Dirceu (PT-SP) para depor.
O deputado Eduardo Paes (PSDB-RJ), por sua vez, não concorda com a investigação de campanhas antigas. "Seria preciso abrir uma CPMI específica para isso. Esta CPMI foi criada para apurar a existência de corrupção nas empresas estatais no Governo Lula e as denúncias de 'mensalão'", disse.



Reportagem - Mônica Montenegro
Edição - Noéli Nobre


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