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Economistas avaliam como exagerada a queda da Bovespa
São Paulo A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) fechou o pregão desta segunda-feira (8) em queda acentuada. Foi primeiro dia de operação após a agência de classificação de risco Standard & Poors rebaixar a avaliação de risco da dívida dos Estados Unidos. O Ibovespa, principal índice do mercado de ações do país, caiu 8,08%, aos 48.668 pontos.
Foi a maior queda desde 2008, quando o mundo foi sacudido pela crise dos títulos imobiliários dos Estados Unidos. Ao longo do dia, o Ibovespa chegou a cair 9,73%, seguindo a tendência das principais bolsas de valores do mundo. O índice Dow Jones, da Bolsa de Nova York, fechou com queda de 5,55%. Já o índice FTSE 100, da Bolsa de Londres, terminou o dia com queda de 3,39%.
Para economistas ouvidos pela Agência Brasil, contudo, a reação do mercado de ações brasileiro às notícias sobre a situação fiscal dos EUA e da Europa foi exagerada. Eles acreditam que a queda acentuada tem motivos emocionais e, portanto, deve ser revertida.
A queda de hoje foi mais emocional do que racional, disse Keyler Carvalho Rocha, professor da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA-USP). O mercado tende a se recuperar. De acordo com o professor, a situação da economia de países como Grécia, Itália e Portugal é delicada. Os termos do acordo para elevação do teto da dívida dos Estados Unidos também não foram ideiais. Mesmo assim, isso não justifica, para ele, uma queda tão grande do Ibovespa. A ação da Petrobras caiu cerca de 30% neste ano, mas a empresa está saudável, tendo lucro, explicou o professor. O preço é irreal. Deve subir no longo prazo.
Alcides Leite, professor da Trevisan Escola de Negócios, também acha que a queda do Ibovespa hoje foi exagerada e tem grande componente emocional. Segundo ele, porém, não é possível saber se ainda podem ocorrer novas quedas ou quando as altas voltarão a ser registradas. Mas ele reconheceu que o rebaixamento da nota dos títulos da dívida dos EUA \"foi histórico\" e que \"a influência desse acontecimento no mercado é grande.
Nesta situação, Leite recomenda paciência para quem tem dinheiro aplicado em ações. Já para quem tem dinheiro disponível e pode aplicá-lo com objetivo de obter ganhos no longo prazo, Leite disse que a bolsa é uma boa opção. A aplicação é indicada para quem pode esperar, no mínimo, dois anos.
A queda nas bolsas de valores do mundo também teve impactos no câmbio. O dólar comercial fechou em alta de 1,96%, cotado a R$ 1,61. Já o euro subiu 2,35%, fechando em R$ 2,30.
Edição: Vinicius Doria