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Economia com juros no crédito consignado será de centavo

24 Horas News - 08 de março de 2008 - 09:28

A redução dos juros cobrados de aposentados e pensionistas nos empréstimos consignados (com desconto em folha), terá poucos efeitos nas prestações de quem optou por esse crédito. A economia, segundo a Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento (Acrefi), limita-se a centavos por parcela.

De acordo com simulação feita pela entidade, no caso de um empréstimo de R$ 200, com pagamento dividido em 12 parcelas, a economia, com a redução da taxa de juros, é de apenas R$ 0,25 centavos por prestação. No caso de um empréstimo de valor maior, R$ 600, nas mesmas condições, a economia é de R$ 0,75 por prestação. (Ver simulações abaixo).

Hoje (7), o Diário Oficial da União publicou a resolução do Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS) que muda o teto dos juros para essa modalidade de financiamento de 2,64% para 2,50% ao mês. Também mudou os juros de 3% para 3,5% os juros cobrados nas operações realizadas por meio do cartão de crédito.


O presidente do Sindicato Nacional dos Trabalhadores Aposentados e Pensionistas, Epitácio Luiz Epaminondas, avalia que, apesar da queda nas taxas, os juros ainda não estão no nível ideal . Para ele, o crédito consignado é lucrativo para os bancos e não oferece risco, uma vez que o valor das prestações é descontado em folha de pagamento. Com isso, ele avalia que o conselho deveria baixar mais os juros.

“Tem de haver uma discussão constante, com toda a sociedade, para chegar a uma taxa ideal”, diz Epaminondas. Dos 25,2 milhões de trabalhadores aposentados e pensionistas no regime da Previdência, ele estima que cerca de 9 milhões tenham optado pelo crédito consignado.

O diretor de Economia da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Adminstração e Contabilidade (Anefac), Andrew Storser, diz que toda redução de juros é bem-vinda, principalmente no momento em que as taxas para o crédito apresentaram alta, como constatado pelo Banco Central em janeiro. Na opinião dele, a sociedade tem de pedir a redução de juros, a começar pela taxa básica da economia, a Selic, atualmente em 11,25% ao ano.

De setembro de 2005 a janeiro de 2008, ressalta Storser, a Selic caiu 43%, mas os juros praticados no mercado só tiveram redução entre 8% e 10% para pessoas físicas e empresas: "Agora a gente tem que brigar para que a queda seja cada vez maior”.

Storser disse ainda que o spread (diferença entre o que os bancos pagam para captar dinheiro e o que cobram para emprestar), acarreta "lucro interessante" para as entidades financeiras. De acordo com o Banco Central, em janeiro, o spread das operações de crédito pessoal, incluídos os empréstimos consignados, ficou em 40,8 pontos percentuais, aumento de 7,1 pontos em relação ao mês anterior e redução de quatro pontos em 12 meses.

Para o vice-presidente da Acrefi, José Arthur Assunção, a forma “mais correta” de baixar as taxas não pelo tabelamento, mas permitir que as instituições concorram pelos clientes, o que levaria à redução dos juros.

O diretor de economia da Anefac orienta aos aposentados e pensionistas que não usem o crédito consignado de forma indiscriminada, mas apenas se o consumidor estiver endividado com crédito mais caro, como o do cheque especial ou cartão de crédito. “Neste caso, vale a pena pegar um crédito e liquidar a dívida”. Em outras situações, ele recomenda adiar a compra e juntar dinheiro: “É importante guardar dinheiro para uma emergência”.

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