O diretor do Departamento de Defesa Animal do Ministério da Agricultura e Pecuária, João Cavallero, disse que é uma questão estratégica e de sobrevivência para a própria pecuária brasileira a importação de embriões da Índia, que foi autorizada ontem pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com a revogação do decreto de 55.292 de 29 de dezembro de 1964, que impedia a medida.
“Hoje 80% do rebanho brasileiro vem de matrizes que foram importadas da Índia, mas com a proibição das importações em 1964, começou a haver cruzamentos cosanguineos que estão provocando homozigoze , que resulta na perda de algumas características importantes da raça como velocidade de crescimento e do tamanho da animais. Por isso é estratégica e fundamental para a nossa pecuária a importação de novos embriões da Índia”, comentou ele, que entre o fim de 2001 e o início de 2002 esteve visitando o país para se certificar do cumprimento das normas de controle sanitário estipuladas pela Organização Internacional de Epizootias (OIE).

Cavallero frisa ainda que com a revogação do decreto o presidente corrige uma grande incoerência do passado. “Não havia mais cabimento em 2004 o Brasil manter uma proibição de importação determinada em 1964, ainda mais depois que a OMC [Organização Mundial do Comércio] estabeleceu um acordo sanitário animal internacional, não caberia mais uma lei de banimento como essa que estava em vigor”, analisou completando que junto com o Lula e Zeca estará visitando a Índia entre os dias 24 e 30 deste mês, para participar das discussões em torno de como a importação de material genético dos bovinos indianos poderá resultar em melhorias para o rebanho brasileiro.