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Geral

É possível prevenir mal de Alzheimer, afirma pesquisador

Agência Notisa - 30 de junho de 2005 - 17:04

Fazer trinta minutos de exercícios físicos, três vezes por semana, pode diminuir em até 50% a probabilidade de desenvolver a doença



O mal de Alzheimer atinge aproximadamente 16 milhões de pessoas no mundo. Normalmente, os primeiros sintomas visíveis surgem a partir dos 75 anos, mas existem relatos de pacientes que apresentam a doença aos 35 anos. Pesquisas que têm como objetivo a produção de uma vacina, — além de fármacos que possam retardar a progressão da enfermidade — estão entre as escolhas cinetíficas. De acordo com o neurologista e psiquiatra Jefrrey Cummings, professor da Universidade da Califórnia, o assunto tornou-se público. “Ainda existem poucos tratamentos disponíveis. Entretanto, descobertas relativas a esta doença, na área da prevenção, cura, ou mesmo, testes bem sucedidos em laboratório já são, hoje, tema para capas de revista ou várias páginas de jornal”.

Os primeiros sintomas da doença se caracterizam pela perda gradativa da memória, além da chamada síndrome da deficiência cognitiva, que engloba a redução das funções cognitivas, do raciocínio lógico e da coordenação motora. Isto ocorre devido à produção e ao acúmulo da proteína beta- amielóide. Com o avanço dos sintomas, o paciente passa a apresentar dificuldade para realizar tarefas diárias. O diagnóstico é complexo, já que nem todas as pessoas que apresentam os primeiros sintomas da síndrome da deficiência cognitiva vão desenvolver o mal de Alzheimer. “Pessoas com mais de 75 anos que não apresentam nenhum sintoma primário têm uma probabilidade de 1 a 2% de desenvolver a doença. Já aqueles pacientes que expressam um leve comprometimento cognitivo têm uma chance de até 15% de manifestar o mal”, afirmou o cientista.

Prevenção
Segundo Cummings, os fatores de risco associados ao mal de Alzheimer são: idade, sexo feminino, presença do gen ApoE4, colesterol alto, hiperhomocisteína, diabete, lesões na cabeça, estresse psicológico, hipertensão e tabagismo. “As três primeiras características são inevitáveis, mas todas as outras tem solução. Estudos mostram que mulheres com mais de 75 anos apresentam um risco até 1.2% maior de desenvolver a doença. O sexo gera uma predisposição natural, mas se uma mulher, nesta faixa etária, é fumante, hipertensa e diabética, suas chances aumentam em até 30%”, disse.

Para prevenir a doença é preciso, de acordo com o médico, primeiramente, analisar e tratar os possíveis agentes relacionados aos fatores de risco, como o controle do colesterol. Também é preciso manter o cérebro ativo em atividades como leitura e trabalhos que exijam atenção e concentração, realizar atividades físicas e de lazer e manter uma dieta com alta concentração de antioxidantes, entre eles o ômega3 e vitaminas C, E, B6 e B12. De acordo com o professor, “pesquisas apontam que pessoas que fazem trinta minutos de exercícios físicos, três vezes por semana, podem diminuir em até 50% a sua probabilidade de desenvolver o mal de Alzheimer”.



Vacina
A criação de uma vacina para o Alzheimer é uma das metas atuais dos pesquisadores. Em ratos de laboratório, as primeiras pesquisas foram bem sucedidas. Ratos transgênicos com os sintomas da doença não apresentaram acúmulo da proteína beta amielóide quando vacinados. No entanto, em humanos, foi diagnosticada encefalite alérgica em alguns pacientes. Segundo Cummings, a pesquisa é promissora, mas serão necessários mais estudos para viabilizar o uso de uma vacina como terapia clínica.

Os fármacos existentes no mercado para o tratamento do mal de Alzheimer, entre eles donepezil, rivastigmina e galantamina, não curam , mas são capazes de agir na inibição da degradação da acetilcolina – neurotransmissor relacionado com ao mecanismo de memória –, tornando mais lenta a progressão da doença. Em compensação, estudam apontam que os sintomas neuropsicológicos como irritabilidade, depressão e apatia não apresentam melhora com o uso de antipsicóticos, anticonvulsionantes ou antidepressivos. Os inibidores de colinesterase e a memantina mostraram-se mais eficazes nestes casos. “O diagnóstico precoce é a principal arma contra o mal de Alzheimer, já que nenhum medicamento faz efeito a partir de um determinado estágio da doença. Para evitar a progressão dos sintomas, é preciso detectá-los no início”, afirmou o pesquisador.


Agência Notisa (jornalismo científico - science journalism)

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