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É possível criar uma rede de franquia de produtos artesanais?

Por Nádia Korosue - 24 de setembro de 2013 - 13:21

Muitos empresários que exploram o mercado de produtos artesanais, cujo trabalho é preponderantemente manual, questionam se seria interessante expandir o seu negócio e também se seria possível replicar por meio de rede de franquias. Para responder estas questões, primeiramente, é fundamental entender o cenário do mercado de artesanato no Brasil.

Os itens produzidos manualmente - geralmente com a utilização de recursos naturais - vêm conquistando uma considerável fatia de mercado, principalmente pela valorização do público que busca qualidade, produtos mais saudáveis e estilizados.

Este segmento é em sua grande maioria formado por mulheres com perfil empreendedor que num primeiro momento tinham o artesanato como um passatempo e enxergaram a oportunidade de comercializar os produtos para incrementar a renda familiar. Por fim, com a prosperidade do trabalho e auxílio de incentivos governamentais, acabam por formalizar o negócio e se tornando empresárias de sucesso.

Ao contrário do que se imagina, o segmento de artesanato é bastante significativo para o mercado brasileiro. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cerca de 8,5 milhões de brasileiros fazem do artesanato o seu pequeno negócio e já movimentam mais de R$ 50 bilhões por ano. Algumas feiras realizadas no Brasil podem comprovar o potencial do ramo.

Aproveitando a valorização dos produtos regionais e a amplitude do setor - apesar de ser considerado um nicho desafiador - muitos empreendedores se aventuraram e já fazem parte do mundo de franquias. É possível encontrar no mercado diversos segmentos sendo explorados com uma vasta diversificação e sortimento de produtos como, por exemplo: saúde e higiene pessoal (sabonetes, farmácias), alimentação (cachaças, bolos, balas, sorvetes) e brinquedos.

Entretanto, os desafios não são poucos. Um dos principais fatores a ser considerado antes de entrar no segmento de franquias é com relação à capacitação dos franqueados, ou seja, como o conhecimento técnico será compartilhado de uma maneira em que se possa assegurar a produtividade, a padronização e a qualidade dos produtos sem perder a identidade artesanal. O treinamento e os manuais técnicos neste caso são essenciais para manter a excelência da marca.

Outro ponto é possibilitar o acesso a um showroom dos produtos e do seu modo de criação para que os candidatos à franquia possam vivenciar o nível de complexidade do negócio e avaliar se o seu perfil está de acordo com o atendimento e o serviço a ser prestado pelo segmento.

Apesar dos desafios, o segmento tem sido bastante atrativo, principalmente pela grande maioria ter um investimento inicial baixo. As redes mais consolidadas já oferecem a matéria-prima necessária para a produção com o objetivo de aumentar o ganho de escala.

Uma operação que atue neste setor também é bastante atrativa, pois pode inovar e variar as opções de venda de maneira rápida, além de ter a possibilidade de disseminar, valorizar os produtos e expandir o faturamento oferecendo cursos.

Para a busca de novos franqueados, algumas redes têm utilizado como estratégia estimular pessoas de todas as idades a terem o artesanato como hobby, lazer e ainda uma forma de ganhar dinheiro.

Considerando todos os fatores mencionados e as particularidades de cada produto e região, é totalmente factível desenvolver uma rede de franquia de artesanatos.

Nadia Korosue é administradora de empresas, especialista em projetos, sócia da GOAKIRA Consultoria.

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