A participação mais incisiva do Banco Central do Brasil no mercado financeiro nesta quinta-feira (22 de fevereiro) levou o dólar a encerrar o dia em alta de 0,24%, vendido a R$ 2,083 no fechamento. De acordo com a Reuters, a cotação da divisa norte-americana operou em baixa durante todo o dia, chegando a ser negociada a R$ 2,067 – nova mínima dos últimos nove meses – devido ao ingresso constante de recursos. Porém, nos últimos minutos de funcionamento do mercado, o BC realizou seu leilão de compra de dólares, aceitando mais de dez propostas, com taxa de corte a R$ 2,077.

Operadores apontaram que, diariamente, as compras do Banco Central não ultrapassam os US$ 600 milhões. A ação de hoje teve por objetivo dar sustentabilidade à cotação, além de colaborar com as reservas internacionais, que chegaram a US$ 97,65 bilhões na quarta-feira (21). Apenas neste mês, o “estoque” brasileiro de dólares cresceu US$ 6,57 bilhões.

A cotação vem mantendo o viés de queda devido aos bons resultados da economia nacional. Até a terceira semana de fevereiro, a balança comercial brasileira acumulava superávit de US$ 4,246 bilhões. A Bolsa de Valores de São Paulo, diante do ingresso de recursos, vem consecutivamente se mantendo nas máximas históricas, ao mesmo tempo em que o Risco-País chega aos índices mais baixos já registrados (a 175 pontos-básicos sobre os Treasuries norte-americanos).

Além da saúde demonstrada nos números de sua economia, o Brasil ainda conta com o cenário favorável aos emergentes, devido a perspectiva de que os juros norte-americanos não deverão subir neste ano – aumentando o envio de recursos para os países emergentes, onde o retorno das aplicações por conta de juros é mais atrativo.