A crise internacional se fez sentir no mercado brasileiro nesta segunda-feira, fazendo com que o dólar voltasse a ser cotado acima de R$ 1,70 – o que não ocorria há duas semanas. Segundo a Reuters, a divisa norte-americana chegou ao fechamento do pregão vendida a R$ 1,707, valorização de 1,37%. No mês, a moeda acumula alta de 0,89%.

A piora no mercado começou com as más condições do crédito interbancário, aumentando preocupações sobre a situação de instituições financeiras e levando o Federal Reserve a injetar capital adicional no mercado na sexta-feira. A crise piorou com a divulgação de dados piores do que o esperado acerca da economia norte-americana. Hoje, o nervosismo tomou conta de investidores, derrubando as bolas de valores.

A tensão internacional levou os estrangeiros que atuam no mercado de câmbio a reduzirem drasticamente suas posições vendidas em dólares – que passaram de US$ 7 bilhões no início do mês para menos de US$ 3 bilhões na semana passada, conforme dados da Bolsa de Mercadorias & Futuros.

A posição vendida em dólar significa aposta na queda da moeda – isto é, operadores recebem agora por dólares que venderam mas ainda não possuem, para entrega no mercado futuro. Nesse caso, a aposta do investidor é de comprar a moeda próximo à data de entrega, apostando que o dólar estará mais barato. Com a redução, aponta-se que os investidores já não estão tão certos quanto a desvalorização da moeda em curto prazo, principalmente após a série de baixas em fevereiro, quando a divisa atingiu seu menor valor desde maio de 1999.

O Banco Central realizou leilão de compra de dólares no mercado à vista, aceitando ao menos uma proposta, com corte a R$ 1,707.