Diante do ingresso de recursos e de um cenário internacional mais favorável, o dólar encerrou o pregão em queda de 1,22% nesta terça-feira, cotado a R$ 2,193. Segundo a Reuters, o bom-humor do mercado também se refletiu nas bolsas norte-americanas, que fecharam em alta, enquanto o Risco-Brasil caiu sete pontos, fechando a 244 pontos-básicos sobre os Treasuries norte-americanos.

A baixa acentuada na cotação põe fim a uma seqüência onde a moeda avançou mais de 3%, superando os R$ 2,20. O clima político nacional antes das eleições e o medo de uma desaceleração econômica nos Estados Unidos motivaram a valorização da divisa. O Banco Central atuou duas vezes no mercado: através do leilão de swap cambial reverso, onde foram vendidos 4,4 mil dos 8,5 mil contratos oferecidos (rendendo US$ 202,2 milhões); e o leilão no mercado à vista, executado após três sessões de ausência do BC – foram aceitas sete propostas, com taxa de corte a R$ 2,192.

Analistas ouvidos pela Reuters informaram que o mercado teme os desdobramentos políticos do chamado “dossiê Serra” (no qual membros do PT foram acusados de negociar documentos que envolviam José Serra na máfia das ambulâncias). Apesar dos resultados nas últimas pesquisas, que dão vitória ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva no primeiro turno, investidores temem que o petista enfrente dificuldades em um segundo mandato, na busca de apoio para a execução das reformas.