O dólar recuava pelo oitavo dia consecutivo nesta quarta-feira, com a reabertura do bônus em dólar reforçando o otimismo dos investidores.

Às 11h36, a divisa norte-americana era vendida a R$ 2,169, com declínio de 1,18%. Na mínima até o momento, o dólar já caiu 1,23%, a R$ 2,168 reais, o menor nível desde abril de 2001.

Nesta manhã, o Brasil concedeu mandato para a reabertura da emissão do bônus em dólar com vencimento em 2015, segundo informou o Tesouro Nacional. Uma fonte do mercado em Hong Kong disse que o Citigroup e o HSBC vão liderar a operação.

Na véspera, a Standard & Poor's havia revisado a perspectiva do rating brasileiro de "estável" para "positiva".

"Começou ontem, saiu a Standard melhorando, hoje teve anúncio da captação, isso é favorável para o cenário", comentou o analista de mercado da corretora Souza Barros, Hideaki Iha.

"Com isso, mais fluxo e, principalmente, as arbitragens de juro futuro e o BC atuando de forma a mostrar que não tem intenção de puxar (para cima)... o dólar vai para baixo."

O gerente de câmbio da corretora Liquidez, Francisco Carvalho, ressaltou que o mercado já estuda outras formas de o Banco Central conter o declínio do dólar, já que as compras diárias da moeda não são suficientes.

Nos últimos oito dias, o dólar acumula um declínio de mais de 5%. Na terça-feira, o mercado esperava que o BC retomasse os leilões de swap cambial invertido, o que não aconteceu.

"O mercado está bem otimista para vender dólar... e começa a ver quais são os instrumentos que o Banco Central poderia usar pra segurar a queda do dólar, o swap era um deles, outro seria aceleração no ritmo de queda dos juros", afirmou Carvalho.

O gerente acredita que, se a taxa Selic, atualmente em 19%, não cair de forma mais acentuada, o dólar pode se aproximar dos R$ 2,10, R$ 2,05 em dezembro.

"Lá fora teve reabertura do Brasil 15, o movimento está ajudando, ontem teve S&P, hoje juros dos 10 anos (Treasuries) mais baixos... ambiente bem favorável economicamente", disse ele, acrescentando que o cenário político não impõe força contrária.

"É fluxo (de ingressos) forte e dólar pra baixo."