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Geral

Doenças sexualmente transmissíveis atingem 10 milhões

Paula Mesquita/ABr - 13 de abril de 2004 - 08:14

Doenças sexualmente transmissíveis (DST) como a sífilis, a gonorréia, a infecção pela clamídia, a tricomoníase e a herpes genital são a porta de entrada para o vírus da aids. No Brasil, a cada ano, segundo estimativas do Programa Nacional de DST/Aids do Ministério da Saúde, 10 milhões de brasileiros devem ser infectados por alguma DST. “Os dados são alarmantes”, diz Fábio Moherdaui, médico epidemiologista do Programa de DST/Aids.

Uma pesquisa realizada em seis capitais brasileiras (Fortaleza, Manaus, Goiânia, Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre) vai mostrar a realidade das doenças sexualmente transmissíveis no país. No mês que vem, deve sair o primeiro relatório, mas já são estimados 1,5 milhão de novos casos de gonorréia. No caso da sífilis, um milhão de brasileiras devem ser infectadas anualmente.

De acordo com as estimativas, 1,7% de todas as gestantes são portadoras da sífilis. Ainda que sejam registrados apenas 4.500 casos de sífilis congênita, o médico do Programa de Aids acredita que devem ser 29 mil os casos da doença no país. Fábio Moherdaui diz que essa DST é a de maior impacto porque é transmitida da mãe para o feto.

A sífilis é ainda responsável por 30% de todos os abortos espontâneos do país. O médico diz que, quando nascem, muitas crianças não apresentam os sintomas imediatamente, mas muitos
já nascem com problemas. A sífilis causa má formação na gestação e o bebê pode nascer cego, surdo ou com retardo mental. “Toda grávida tem de fazer, no pré-natal, o exame de sífilis”, afirma o epidemiologista.

Fábio diz que o tratamento para a doença é único e cem por cento eficaz. Com uma injeção de penicilina, a pessoa estará curada. Mas não basta apenas tratar o portador da sífilis. “Infelizmente, ainda temos profissionais de saúde despreparados e que não indicam o tratamento também aos parceiros”, enfatiza. O médico acredita que 116 mil gestantes tenham a doença.

A herpes genital deve ser responsável por 650 mil novos casos. Já a infeção pelo HPV, causador do câncer do colo do útero e que mata seis mil mulheres por ano no Brasil, deve atingir aproximadamente 700 mil pessoas a cada ano. Para Fábio Moherdaui, quem tem uma doença sexualmente transmissível é porque não usou preservativo e, com isso, é um potencial portador do HIV. “O uso da camisinha é fundamental. Não se pode controlar aids se não se controla as outras DST”, conclui.

Ainda segundo pesquisas do Programa Nacional de DST/Aids, 85% da população conhecem as formas de transmissão e sabem que devem usar o preservativo. Mas, na hora que precisam, não
mudam o comportamento e não usam a camisinha.

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