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Diverticulite: a doença afeta a atriz Marieta Severo e pode ser tratada

Guimarães Comunicação - 23 de março de 2010 - 09:40

Veículos de comunicação de todo o país divulgaram que a atriz Marieta Severo passou por uma cirurgia de diverticulite na última quarta-feira (17). Ela ainda está internada no Hospital Samaritano, em Botafogo, na Zona Sul do Rio, sem previsão de alta. O médico coloproctologista João Gomes Netinho, doutor em cirurgia pela Unicamp e professor da Faculdade de Medicina de Rio Preto (FAMERP), explica que a diverticulite é uma inflamação que se manifesta basicamente no intestino grosso, parte final do intestino que se distribui pelo abdome formando uma espécie de U invertido.

São formações saculares que podem ser encontradas em todo o tubo digestivo, localizando-se, entretanto, com maior freqüência ao longo do intestino grosso. São o resultado da fraqueza de alguns locais da parede do intestino grosso, principalmente na musculatura desta parede. Sabe-se que um terço das pessoas com mais de 60 anos apresentam divertículos intestinais. Em contrapartida, é menos freqüente em pessoas com idade inferior a 40 anos (2 a 5%).

De acordo com Netinho, especialista em doenças do aparelho digestivo, a causa da diverticulite aguda ainda não foi comprovada. Possíveis fatores etiológicos incluem infiltração gordurosa e degeneração da parede do cólon com a idade, fraqueza (onde os vasos sanguíneos penetram na camada muscular da parede do colon sigmoide). Uma dieta com poucas fibras é largamente responsável pela frequência da doença diverticular. “A diverticulite aguda é uma complicação comum na evolução e história natural da doença diverticular, e ocorre em 10 a 25% dos pacientes com divertículos intestinais”, diz.

Netinho explica que a evolução da diverticulite aguda pode ser para a resolução pelo tratamento clínico, ou então se complica pela formação de abscessos (coleção de pus) ao lado da parede do intestino. Estes abscessos podem perfurar e se comunicar com outros órgãos ou vazar dentro do abdome. De acordo com esta evolução, a diverticulite aguda se apresenta em quatro graus: inflamação e infecção limitada à parede do intestino grosso; presença de pus (abscesso) próximo; perfuração da cavidade abdominal com vazamento de pus; e o vazamento de fezes para a cavidade abdominal devido à perfuração.

Segundo o médico, a dor é a principal característica de sintoma do problema, estando esta localizada na parte inferior e preferencialmente no lado esquerdo do abdome. O sintoma doloroso é semelhante ao da apendicite aguda, só que no lado esquerdo. “A dor tem um início lento, mas progressivo, tornando-se constante com a evolução do processo inflamatório, e se apresenta como cólica intestinal”, diz.

Observam-se náuseas, mas os vômitos são infreqüentes, e quando presentes podem sugerir intenso processo inflamatório intestinal. Febre é outro sintoma normalmente referido e, quando elevada, sugere a possibilidade de diverticulite com abscesso. Alterações do hábito intestinal, como diarréia e, principalmente constipação, também são muito comuns.

O diagnóstico é clínico e pode ser comprovado com exame de sangue, ultra-sonografia e a tomografia computadorizada do abdome. Um outro exame importante no diagnóstico da diverticulite é o enema opaco. Neste exame injeta-se contraste no interior do intestino, e desta forma, o exame mostra a presença dos divertículos, do processo inflamatório na parede do intestino grosso, além, da diminuição do calibre do intestino. Só que não deve ser feito na fase aguda da doença devido a possibilidade de perfuração divetivular.

O tratamento depende da intensidade dos sintomas e da presença ou não de complicações. O tratamento clínico permite o alívio dos sintomas em 70 a 85% dos pacientes com diverticulite aguda, principalmente na primeira crise.

Nos casos em que houve falha no tratamento clínico, ocorrencia de duas ou mais crises, ou ainda, na existência de complicações, como o abscesso ou a perfuração intestinal, a cirurgia é o indicado. A operação consiste na retirada da parte do intestino grosso comprometida, com reconstrução do intestino.

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