O economista da Seplanct (Secretaria de Planejamento, Ciência e Tecnologia), Eliandras Pereira Saldanha, milho e soja correspondem, atualmente, a 80% da produção de grãos no Estado. Ele sinaliza um caminho também defendido pelo governador Zeca do PT: diversificação.
“Nosso Estado tem muito mais potencial. É preciso diversificar a fruticultura, arroz, feijão, e a própria pecuária, assim como a avicultura e suinocultura”. Saldanha defende investimento e agregação de valor, atraindo serviços. Em resumo, o que se prega em Mato Grosso do Sul é o desenvolvimento da agroindústria, aproveitando a produção agrícola abundante.
“Mas isso não se faz de um dia para outro. Quem investe é o empresário, por isso o governo tem de apresentar estímulos, abertura de crédito e incentivos fiscais”, comenta o economista.
Saldanha pondera que o ritmo da agricultura impede que outros setores que estão crescendo tomem espaço dentro do PIB. “Ela acaba tomando mais espaço da composição do PIB pela sua força”.
O governador analisa os números do IBGE como reflexo do caminho perseguido pela atual administração. A indústria vem mantendo patamares de crescimento maiores que em outras regiões do País.
Na avaliação de Zeca, o setor emprega mais gente, paga melhores salários e não tem a sazonalidade acentuada, como na agricultura.
Sobre o setor público e comércio, Saldanha aponta como áreas fortes da economia, mas observa que eles não produzem renda, só transferem.
“O comércio serve de intermediação entre o produtor, fabricante e consumidor. Mas vale lembrar que ele alimenta a agropecuária, os equipamentos só chegam as mãos dos produtores através desse setor”, analisa.