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Diversidade garante permanência de produtores de leite

Agência Notisa - 03 de fevereiro de 2005 - 08:57

Apesar de o processo de modernização agroindustrial ter provocado maciço investimento em infra-estrutura e na compra de animais de raça, o que garante a continuidade da atividade é o desenvolvimento de diferentes culturas e criações.

As mudanças de comportamento dos consumidores, a reestruturação da logística de industrialização e distribuição de lácteos e a abertura do mercado internacional determinaram uma rápida transformação na cadeia agro-industrial de leite no Brasil. Muitos produtores passaram a investir em novas tecnologias e equipamentos a partir do final da década de 80 para acompanhar as mudanças em curso. Nas indústrias do Rio Grande do Sul, no entanto, apesar de toda a evolução, a produção leiteira continuou a dividir espaço com outras culturas. Isso é o que mostram pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul em estudo realizado com 160 produtores de leite do estado.

O objetivo da pesquisa foi avaliar os impactos e as mudanças que os produtores enfrentaram principalmente na década de 90, com o advento das transformações tecnológicas e de mercado e da sua inserção na cadeia agroalimentar. De acordo com artigo publicado na edição de setembro/outubro de 2004 da revista Ciência Rural, todos os 160 produtores foram entrevistados.

Os pesquisadores observaram que independentemente do nível tecnológico e da capacidade de produção dos entrevistados, a maioria tinha atividades diversificadas em suas propriedades, ou seja, outras fontes de renda. Eles constataram também que os maiores e mais modernos produtores investiram principalmente no final da década de 80 e início da 90, a maioria em infra-estrutura e compra de animais de raça. Já os produtores em transição e os mais tradicionais começaram a investir a partir da década de 90 e em ritmo mais lento.

A equipe constatou ainda que o processo de modernização da produção leiteira do Rio Grande do Sul apresentou-se de forma diferente do que no restante do país, gerando uma menor exclusão do número de produtores. Segundo os pesquisadores, “isto se deve, em parte, ao fato de os produtores familiares de leite do Estado, em sua grande maioria, estarem organizados em cooperativas, o que garante a comercialização do leite mesmo em pequena escala”.

Além disso, eles ressaltam que a diversificação das fontes de renda, através do desenvolvimento das diferentes culturas e criações, lhes confere a permanência na atividade leiteira e reafirma a agricultura de base familiar como um modelo sustentável de produção, independente da tecnologia adotada.

Agência Notisa (jornalismo científico - science journalism)

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