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Geral

Diretor da Iagro propõe retaliação a produtos de SP

Fernanda Mathias e Marina Miranda / Campo Grande News - 10 de novembro de 2005 - 13:03

Cavalléro diz que embargo paulista dá motivos para MS retaliar produtos de São PauloDavid Majella
Cavalléro diz que embargo paulista dá motivos para MS retaliar produtos de São PauloDavid Majella

Bastante irritado com a continuidade do embargo à carne com osso e animais em pé de Mato Grosso do Sul, o diretor-presidente da Iagro (Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal), João Cavalléro, sugeriu esta manhã que caso o veto persista o Estado deve adotar medidas de retaliação a produtos que vêm de São Paulo.

Cavalléro argumentou que não há justificativas para São Paulo embargar carne de MS, uma vez que o próprio Mapa (Ministério de Agricultura, Abastecimento e Pecuária) editou a IN (Instrução Normativa) de nº 34, determinando que não há restrições de saída de animais em pé e carne com osso para outros estados, com exceção dos cinco municípios interditados. “Mas Mato Grosso do Sul terá terá as justificativas para embargar produto deles (de São Paulo)”, complementou.

O secretário de Produção e Turismo, Dagoberto Nogueira, defendeu que não é o caminho adotar a mesma medida que o governo do Estado vizinho, mas também se mostrou bastante irritado, atacando o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB). “Achava que era um grande estadista, mas percebi que ele (Geraldo Alckmin) não consegue ver mais do que o próprio quintal. Vai morrer sendo governador de São Paulo porque não consegue ver o Brasil”, afirma. Dagoberto disse que não tem mais ânimo para manter contato com o governo paulista e reclamou de receber informações sobre liberação da secretaria de Agricultura daquele Estado que acabam sendo desconfirmadas em seguida. Ele participa da reunião da Comissão Interministerial de Combate à Febre Aftosa, esta manhã na SFA (Superintendência Federal de Agricultura), em Campo Grande.

Além de sustentar que é o maior exportador do País e que poderia perder mercados com a liberação, o governo de São Paulo sofre pressão dos produtores locais, que podem ter desvalorização da arroba com o aumento de oferta. Mato Grosso do Sul remete a São Paulo 70% de tudo o que produz em carnes além de 90 mil animais em pé ao mês. Só no mês passado o governo deixou de arrecadar R$ 25 milhões em ICMS (Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), dos quais R$ 15 milhões só na pecuária e o restante no reflexo da crise gerada pela febre aftosa em Eldorado e Japorã nos demais setores econômicos do Estado.

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