Geral
Diretor da Iagro propõe retaliação a produtos de SP
Bastante irritado com a continuidade do embargo à carne com osso e animais em pé de Mato Grosso do Sul, o diretor-presidente da Iagro (Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal), João Cavalléro, sugeriu esta manhã que caso o veto persista o Estado deve adotar medidas de retaliação a produtos que vêm de São Paulo.
Cavalléro argumentou que não há justificativas para São Paulo embargar carne de MS, uma vez que o próprio Mapa (Ministério de Agricultura, Abastecimento e Pecuária) editou a IN (Instrução Normativa) de nº 34, determinando que não há restrições de saída de animais em pé e carne com osso para outros estados, com exceção dos cinco municípios interditados. Mas Mato Grosso do Sul terá terá as justificativas para embargar produto deles (de São Paulo), complementou.
O secretário de Produção e Turismo, Dagoberto Nogueira, defendeu que não é o caminho adotar a mesma medida que o governo do Estado vizinho, mas também se mostrou bastante irritado, atacando o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB). Achava que era um grande estadista, mas percebi que ele (Geraldo Alckmin) não consegue ver mais do que o próprio quintal. Vai morrer sendo governador de São Paulo porque não consegue ver o Brasil, afirma. Dagoberto disse que não tem mais ânimo para manter contato com o governo paulista e reclamou de receber informações sobre liberação da secretaria de Agricultura daquele Estado que acabam sendo desconfirmadas em seguida. Ele participa da reunião da Comissão Interministerial de Combate à Febre Aftosa, esta manhã na SFA (Superintendência Federal de Agricultura), em Campo Grande.
Além de sustentar que é o maior exportador do País e que poderia perder mercados com a liberação, o governo de São Paulo sofre pressão dos produtores locais, que podem ter desvalorização da arroba com o aumento de oferta. Mato Grosso do Sul remete a São Paulo 70% de tudo o que produz em carnes além de 90 mil animais em pé ao mês. Só no mês passado o governo deixou de arrecadar R$ 25 milhões em ICMS (Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), dos quais R$ 15 milhões só na pecuária e o restante no reflexo da crise gerada pela febre aftosa em Eldorado e Japorã nos demais setores econômicos do Estado.