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Direitos dos homossexuais mobilizam 4 mil pessoas
Direitos: nem mais, nem menos, apenas iguais, a frase deu início a 4ª Parada da Diversidade, que reuniu pelo menos 4 mil pessoas nas principais ruas de Campo Grande. O encontro deixou a Capital com cara de carnaval ao pintar as vias com as cores vermelho, laranja, amarelo, verde, azul e roxo, expostas em uma bandeira de dez metros que cobria parte do trio elétrico, onde a dançarina e cantora Rita Cadillac mostrou todo o seu rebolado.
A música e o movimento atraíram vários curiosos, entre eles, pais, idosos e avós com crianças, como a dona de casa Andi da Silva, 35 anos, acompanhada do neto, de dois anos. Estou com o meu neto aqui porque quero que ele aprenda a tratar todas as pessoas com respeito, ensina.
Já o barbeiro Teodoro Benites, 67 anos, tem uma posição mais comedida. Cada um tem o direito de fazer o que quer, mas tem um ponto negativo, estimula as crianças, acredita. Esse tipo de coisa sempre existiu desde o tempo de Nero. Entretanto, tudo em excesso é prejudicial, que nem a droga, complementa.
O travesti Eloisa, 39 anos, que participa do projeto Afrodite, desenvolvido pelo IBISS (Instituto Brasileiro de Inovações Pró-Sociedade Saudável) para as profissionais do sexo, acredita que as pessoas têm respeitado mais as opções do grupo, contudo, ressalta que a maior dificuldade é assumir a sexualidade. Depois que assume, enfrentar o preconceito fica mais fácil. Tem que assumir, respeitar as pessoas, para poder cobrar respeito.
O servidor público Kenedy Palácio, 22 anos, é da mesma opinião. Ele mora com Edson Sanches, 19 anos, há três meses. Segundo eles, as duas famílias sabem e aceitam a situação. Não foi fácil, tudo teve de ser gradativo para conseguir o apoio da família, revela Sanches, cujos parentes moram em Dourados, cidade a 221 quilômetros de Campo Grande. Ao avaliar os quatro anos de evento, os dois são unânimes em observar que o preconceito ainda é uma constante. Melhorou bastante, mas 50% ainda olha para a gente e vira a cara, ressalta Palácio.
Manifesto - Em meio aos hinos que viraram marca do público GLS (Gays Lésbicas e Simpatizantes), como "I Will Survive", o grupo aproveitou a parada para protestar contra a homofobia violência cometida contra homossexuais e também para lembra o momento de crise que vive o País, se manifestando contrário ao Mensalão.
A cantora Rita Cadilac fechou o movimento com uma apresentação na praça Ary Coelho.