O empresário Marcos Valério reiterou à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito da Compra de Votos que o deputado José Dirceu (PT-SP), ex-ministro da Casa Civil, sabia dos empréstimos de R$ 55 milhões supostamente feitos pelo PT por meio de suas agências publicitárias. Marcos Valério, que é acusado de ser o principal operador do "mensalão", informou aos parlamentares que se sentiu "tranqüilo" em relação à dívida com o partido, pois, segundo ele, “havia aval superior de Dirceu, que não foi dado a mim pessoalmente, mas foram confirmadas várias vezes pelo ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares".
Outras garantias que ele informou ter eram as seguintes: o PT iria dobrar sua arrecadação no governo e os empréstimos haviam sido renovados com juros. Outra alegação de Marcos Valério para repassar os empréstimos ao partido foi a de que, se não o fizesse, poderia ser prejudicado. As respostas foram dadas às indagações do relator, deputado Ibrahim Abi-Ackel (PP-MG). Valério disse que, hoje, o PT lhe deve cerca de R$ 100 milhões, contabilizando os empréstimos corrigidos. Contou também que os empréstimos tiveram o aval do então tesoureiro do PT Delúbio Soares e do ex-presidente do partido José Genoíno.
Valério repetiu que omitiu algumas informações à CPI Mista dos Correios relativas ao empréstimo feito ao PT porque esperou que o partido se manifestasse antes. Essa é a terceira vez que o empresário presta esclarecimentos ao Congresso desde as acusações feitas pelo deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) que o PT pagaria “mesada” a deputados da base governista. Com informações das Agências Câmara e Senado.