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Dietas da moda são condenadas em congresso da SBC

Agência Notisa - 28 de setembro de 2004 - 15:30

Dietas que preconizam restrições alimentares são criticadas no 59ºCongressoda Sociedade Brasileira de Cardiologia. Nutricionista explica por que a maioria desses planejamentos alimentares não dão certo e o paciente acaba desistindo de tudo, voltando a comer guloseimas e ganhando peso.

Especial Agência Notisa, direto do Riocentro, 59º Congresso Brasileiro de Cardiologia


Dash, Atkins, South Beach, Mediterrâneo são nomes familiares no cotidiano de quem luta contra a balança. Um workshop promovido na manhã do terceiro dia do 59ºCongresso da Sociedade Brasileira de Cardiologia comparou as chamadas "dietas da moda" e foi enfático: restrição alimentar pode até diminuir o peso, mas qualidade de vida só se ganha com mudança de hábitos alimentares.

A mais popular das dietas da moda, a South Beach, preconizada por estrelas internacinais , foi duramente criticada pela palestrante, a nutricionista Miyoko Nakasato. Segundo ela, a dieta, que prega ingestão de proteínas e gorduras, pode gerar até câncer, osteoporose e outros comprometimentos sistêmicos a longo prazo. "Ela é dividida em três fases. Na primeira, o paciente ingere pouco carboidrato e muita proteína e gordura, podendo perder até seis quilos; na segunda, ingere só carboidratos e pode emagrecer até meio quilo; a terceira e última fase, que é uma fase de manutenção do peso, preconiza a alimentação rica em alimentos corretos, como legumes e verduras. Mas até chegar nesta fase, o organismo já pode estar debilitado", explicou a profissional.

Já a dieta do Dr. Ornish prevê uma mudança na qualidade de vida, segundo Nakasato. Interrupção de hábitos nocivos à saúde como o fumo e o consumo de alimentos ricos em colesterol são condenados por essa dieta. "Ela é uma rotina de vida, não chega a ser uma dieta. Tem pontos bastante interessantes como a condenação ao fumo, mas também condena o consumo de carboidratos, o que pode ser algo danoso ao organismo a longo prazo", destacou.

Quem segue a dieta Atkins consome grande quantidade de gorduras e poucos cereais e grãos. Por considerar que o carboidrato gera retenção líquida, essa dieta também condenaria o consumo desse nutriente, o que resultaria em um consumo de gordura originado a partir de uma cetose benéfica. "Contudo, essa dieta é muito rica em colesterol e isso precisa ser destacado. Sem contar que é pobre em fibras, o que pode comprometer o organismo de forma sistêmica", condenou a nutricionista

Sobre a dieta de Dash, que visaria apenas controlar a pressão arterial (PA), Nakasato explicou que, por se objetivar apenas o controle da PA, a dieta pode não colher benefícios totais para o corpo. Preconizando uma alimentação rica em frutas e laticínios magros - portanto pobre em colesterol - a dieta, de fato, reduz os níveis das PA's sistólica e diastólica, segundo estudos apresentados pela especialista. "Ela pode ser boa por esse lado. Mas, sozinha, não é capaz de gerar uma qualidade de vida plena no indivíduo", ressaltou.

De acordo com Miyoko Nakasato, o ideal para que o indivíduo aproveite os benefícios de uma vida saudável é não praticar a popular restrição alimentar, presente na maioria das dietas da moda. Segundo ela, dietas que restringem os grupamentos alimentares até podem levar à perda de peso, mas puramente devido a baixa ingestão calórica, e não à mudaça de hábitos alimentares. "Uma dieta pobre em carboidratos, por exemplo, certamente tenderá ao fracasso, pois a maioria dos alimentos saborosos são ricos em carboidratos. Dietas focadas em alimentos pouco atrativos ao paladar, no geral, são abandonadas pelo paciente, que acaba voltando a consumir guloseimas, ganhando todo o peso que fora perdido", concluiu.

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