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Dieese calcula ganhos do trabalhador com o novo salário

Marcela Rebelo / ABr - 02 de maio de 2005 - 13:27

Os trabalhadores brasileiros já podem sentir no bolso o novo valor do salário mínimo que passou, neste 1º de maio, de R$ 260,00 para R$ 300,00. De acordo com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-econômicos (Dieese), o reajuste representa um ganho real de 8,8% ao trabalhador, considerando o Índice Nacional de Preços ao Consumidor e uma inflação estimada em 0,4% para abril.

Com o acréscimo de R$ 40,00, o poder de compra do salário mínimo com relação à cesta básica aumenta. A previsão é de que em seis capitais brasileiras (Fortaleza, Recife, Salvador, João Pessoa, Aracajú e Natal), das 16 pesquisadas pelo Dieese, os trabalhadores já possam comprar duas cestas básicas com o novo valor. A estimativa é baseada no preço da cesta básica no mês de março deste ano. Antes do reajuste, só era possível comprar duas cestas básicas, com um salário mínimo, em Fortaleza.

O aumento do valor deve injetar R$ 13,3 bilhões na economia e ampliar a arrecadação tributária em mais de R$ 3 bilhões. Segundo cálculos do Dieese, o reajuste implicará em um gasto adicional de R$ 5,2 bilhões da Previdência Social para o ano de 2005, equivalentes a R$ 653 milhões por mês com o pagamento dos benefícios de aposentados e pensionistas que ganham até um salário.

Em pronunciamento nacional no último sábado (30), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que gostaria que o reajuste do salário mínimo fosse maior. "Mas isso não pode ser feito nesse momento, pois desequilibraria as contas da previdência que hoje já carrega um déficit de R$ 37 bilhões, jogando por água abaixo tudo que já conseguimos nesses dois anos de governo", disse.

Segundo dados da última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), em 2003, 22 milhões de trabalhadores ocupados ganhavam até um salário mínimo, o que corresponde a 31,9% dos 69 milhões de ocupados do país. No Brasil, o salário mínimo foi instituído em 1º de maio de 1940, passou a vigorar em 1º de julho do mesmo ano e correspondia a R$ 901,78, corrigido para valores atuais. De acordo com o Dieese, em março de 2005, o salário mínimo ideal seria de R$ 1.477,49, valor capaz de atender às necessidades básicas do trabalhador e de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, conforme prevê a Constituição. A família considerada é de dois adultos e duas crianças.

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