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Diabetes - Insulina inalável chega ao mercado brasileiro

Agência do Rádio - 18 de janeiro de 2007 - 08:10

Mudanças à vista no tratamento do diabetes. Chega às farmácias do Brasil, em março, a primeira insulina inalável. Com a novidade, os cerca de 11 milhões de portadores da doença no País vão ter uma alternativa às incômodas injeções. O medicamento foi aprovado em junho de 2006 pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária, Anvisa, e poderá ser usado no tratamento dos tipos 1 e 2 do diabetes. Embora ainda faltem alguns meses para que a medicação chegue ao mercado, um grupo de 20 brasileiros já vem usando a novidade há três anos. Eles fazem parte de um estudo realizado em 70 centros espalhados ao redor do mundo e que tem o objetivo de testar a segurança e a eficácia do produto. Segundo a endocrinologista e coordenadora da pesquisa no Paraná, Silmara Leite, é boa a aceitação entre os pacientes em teste.

"Os indivíduos têm uma aceitação muito grande. Pacientes, no ínício do estudo, me ligavam: 'doutora, estou na confeitaria e vou dar uma cheiradinha para comer um doce'. Então, feliz. Realmente, a gente considera um marco histórico porque a insulina já tem 80 anos desde o seu descobrimento, em 1922, e, até hoje, sempre se procurou uma outra forma de se ter a insulina que não fosse a injetável."

No casos dos diabéticos tipo 1, a insulina inalável não elimina por completo as injeções. Por ter ação rápida, ela deve ser administrada antes das refeições, mas não dispensa o uso da insulina basal uma vez ao dia. Já os pacientes que sofrem do tipo 2 poderão ficar livres das picadas. Segundo o Ministério da Saúde, a novidade ainda não está garantida no SUS. A coordenadora Nacional de Hipertensão e Diabetes do ministério, Rosa Sampaio, explica o motivo.

"Como é uma tecnologia nova, o ministério sempre aguarda algum tempo para que as evidências clínicas se tornem de fato comprovadas, o custo-efetividade desse novo medicamento se torne realmente comprovado. Então, a gente não pode colocar isso no Sistema Público de Saúde sem ter primeiro esses estudos clínicos muito bem avaliados e sedimentados que comprovem que realmente existe um custo-efetividade."

O medicamento tem algumas contra-indicações. Os fumantes, por exemplo, devem ficar longe desse método porque o tabagismo aumenta o risco de hipoglicemia. Pacientes asmáticos ou com doença pulmonar crônica também não devem usar a insulina inalável. A princípio, ela será indicada apenas para maiores de 18 anos. O preço da medicação e do aparelho inalador ainda não foram determinados.

De Brasília, Eline Santos

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