O Brasil possui dois milhões de professores na educação básica, que se esforçam para mostrar seu trabalho nas salas de aula. Apesar de problemas materiais e da constante falta de professores e funcionários, é nas escolas públicas que se encontram as experiências mais criativas. A dificuldade não impede o surgimento de bons projetos pedagógicos.

“Essas escolas precisam dar a resposta a uma parte da sociedade constituída por alunos de baixa renda, que não têm em sua própria família condições de afeto ou bens culturais”, constatou a presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Juçara Vieira.

Juçara, que também é professora, vê no Dia do Professor um bom momento para chamar atenção sobre os problemas enfrentados pelos educadores e uma data emblemática para estimular a reflexão da sociedade. “É o momento em que pais e estudantes olham para a figura do professor, seus problemas, sua realidade e a própria situação da educação brasileira”, lembrou.

A rotina de Helter Alexandre, de Novo Mundo (MT), é um exemplo de como, na dificuldade, um professor consegue transformar a educação, oferecendo novas expectativas aos alunos. Ele descobriu que ensinando xadrez poderia estimular o raciocínio das crianças, fazendo com que elas melhorassem o rendimento escolar.

Com o xadrez, os estudantes passaram a desenvolver o lado investigativo e crítico, envolvendo também a comunidade. “Eles não esperavam pelo professor, se não tinham a resposta, sabiam onde deviam procurar”, revelou.

Como Helter, outros 19 professores recebem, nesta sexta-feira, o Prêmio Incentivo à Educação Fundamental. Em comemoração ao Dia do Professor, o Ministério da Educação (MEC) e a Fundação Bunge oferecem aos educadores R$ 5 mil, como forma de reconhecimento pelas experiências educacionais inovadoras.