São Paulo - Hoje, data em que é comemorado o Dia da Consciência Negra, será feriado em São Paulo, a exemplo do que ocorre desde 2002 no Estado do Rio de Janeiro e na cidade de Campinas, no interior paulista. A inclusão da data no calendário oficial da capital paulista decorre da lei 13.707, publicada no Diário Oficial do Município em 7 de janeiro de 2004 e originada de um projeto de lei de autoria dos vereadores Ítalo Cardoso e Claudete Alves, ambos do Partido dos Trabalhadores (PT).

O Dia da Consciência Negra foi instituído no país em homenagem a Zumbi, líder do quilombo dos Palmares – comunidade de escravos fugidos localizada na Serra da Barriga, em Alagoas. Zumbi morreu em 20 de novembro de 1665, numa emboscada, e a data marca a luta das comunidades negras contra o preconceito racial e todo tipo de discriminação que ainda sofrem os afrodescendentes.

Segundo Edmar Silva, da Coordenadoria Especial de Assuntos da População Negra da Prefeitura, a capital paulista concentra a maior população negra do país em uma única cidade: 3,2 milhões de pessoas. No Rio de Janeiro são 2,4 milhões e em Salvador, 1,8 milhão.

A programação prevê para as 11h a inauguração de uma exposição com 650 obras do curador Emanoel Araújo, um dos mais celebrados artistas negros brasileiros, no Museu Afro-Brasil do Parque Ibirapuera. Às 14h haverá um culto ecumênico na Catedral da Sé e às 16h, concentração no vão livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp), de onde os manifestantes sairão em marcha pela Avenida Paulista.

De acordo com Edmar Silva, entre as ações municipais de combate aos problemas étnicos está a preparação de profissionais na área de saúde pública para a realização do "teste do pezinho" em maior número. O teste é feito em recém-nascidos para detectar a necessidade de tratamento para doenças como a anemia falciforme, que ocorre predominantemente entre os negros.