Quando era pequeno ouvi certa vez a definição de velhice feita por um amigo, "você sente que está ficando velho quando tem a sensação que está vivendo de passado e fazendo referência sempre ao que passou, ao que ficou pra trás". E é exatamente assim que estou nesse momento.

Mas porque desse ataque de nostalgia?

Porque hoje pela manhã um amigo me perguntou: E o carnaval? O que vai ter? Qual é a programação? Claro, não sabia o que responder, não sabia o que informar. Ai me lembrei de uma época não muito distante onde nesse período já se respirava o carnaval, com músicos produzindo seus samba-enredo, com a bateria do Lequinha já ensaiando todos os dias, com ensaios todas as noites no salão da terceira idade, com costureiras trabalhando nas fantasias, com coreografias sendo ensaiadas pelas crianças e por ai vai.

Claro que críticas sempre exisitiram, "isso é um carnaval de velho e de criança - como se evento pra velho fosse crime", "as fantasias são isso ou aquilo", "o certo é fazer igual Paranaíba, fazer igual Santa Fé do Sul" e o mantra maior de todos, "carnaval tem que ter trio elétrico".

Pois é, o tempo passou, as coisas mudaram e os mesmos críticos de antes continuam indo para Paranaíba e Santa Fé do Sul, os velhos ficaram em casa e nosso carnaval que já teve cobertura da televisão da Capital hoje não é nem sombra do que já foi.

Isso sem contar o quesito segurança, que a cada dia que passa se complica mais obrigando as forças policiais a montar um aparato de guerra pra dar suporte aos foliões do "novo carnaval", o que não era necessário no antigo carnaval, aquele dos "velhos e das crianças".

Olhe essas imagens; parece que foi ontem, não é?