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Deu no Facebook: o que um juiz viu, ouviu e comentou

Redação - 14 de junho de 2015 - 07:27

Deu no Facebook: o que um juiz viu, ouviu e comentou

O juiz de Direito Evandro Pelarin fez um brilhante comentário em seu Facebook. Um motivo para reflexão. O Cassilândia Notícias publica. Ele agora é juiz, da Vara de Menores, em São José do Rio Preto. Leia:

Eu estive esta noite no Bairro Santo Antônio. Zona norte. Rio Preto. Andei pelas ruas. A pé. Entrei num barzinho. Apertei a mão dos jogadores de sinuca. Uma mulher perguntou se eu era pastor (estava de terno). Conversei com moradores nas calçadas. Adultos, adolescentes e crianças. Tomei um guaraná Poty numa 'venda', com balcão para a calçada. 9 da noite.


Cada um com seu estilo. Eu gosto de conhecer lugares. Conversar com as pessoas do local. Uma mulher, muito simpática, disse-me, à beira do meio fio, que o Bairro está melhorando. O motivo, segundo ela: a presença da PM. Mais constante, recentemente. Embora tenha me dito também, acompanhada por três rapazes: "lá, no centro, tratam-nos, do Santo Antônio, com muita desconfiança. Generalizam, injustamente". Isso, devido aos vendedores de drogas, que ocuparam algumas esquinas para vender suas porcarias.


E foi numa delas que a PM, pelo grupo especial da CAEP, apreendeu um menor. 15 anos. Eu fui conversar com ele. Ali na rua mesmo. Mora em outro bairro. Mas veio ao Santo Antônio para vender maconha. Disse que já havia vendido 800 reais e repassado o dinheiro ao 'patrão'. Um adulto. Que nunca aparece. Estava com alguns 'tijolinhos' que a CAEP apreendeu com ele e outros 'mocosados' num cano na rua. Fui até a casa da mãe dele. Uma senhora educada, que chorou ao ver o filho naquela situação.


Passamos na quermesse da Igreja. Que estava lotada. Várias famílias. Felizes. Em paz. Com a PM garantindo a segurança daquelas pessoas simples e ordeiras. Semana passada, no entanto, menores de 18 anos quiseram acabar com a festa da paróquia. Quase conseguiram. Pra variar, segundo relato que ouvi há pouco de uma senhora da organização: combinação de baderna pela internet.


No trajeto, antes de chegar ao bairro, tentei imaginar, quase que numa pequena oração, como Santo Antônio de Pádua, protetor dos pobres, agiria num bairro que leva seu nome, composto de pessoas humildes, maltratadas por traficantes que usam menores de 18 anos. Talvez Ele tenha me revelado pelo relato daquela gentil moradora, pela retirada das ruas daquele garoto, ainda que nesta noite, do mundo das drogas, e pela felicidade de várias famílias na quermesse da Igreja.


A obra divina se revela por meios que nem sempre compreendemos. Vou para cama agora deixando um pedido a Deus, para que Ele zele pela vida e pelas famílias do Sargento Martins, do Cabo Silvanei, do Soldado Mariano, do Tentente Alvarenga e do Tenente Lenarduzzi, do Coronel Vicente e dos demais que lá estavam, fardados, diante da Igreja Santo Antônio de Pádua. Uma imagem fortíssima. Vi ali a protetora dos humildes.
Obrigado, Polícia Militar.


- Evandro Pelarin -

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