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Geral

Desavença com vizinhos interfere na qualidade de vida

Minha Vida - 04 de novembro de 2009 - 19:56

Ter uma boa vizinhança. Muita gente passa batido por este detalhe quando aluga, compra ou constrói um imóvel. E, quando a relação com os moradores da porta ao lado não é das melhores, surgem conflitos de todas as dimensões, que geram um grande dor de cabeça. "Faz parte de ter hábitos de vida saudáveis estabelecer bons laços de convivência com as pessoas", diz a consultora de etiqueta Ligia Marques.

Quem vive no campo de batalha passa por situações de todo o tipo. Para a dona de casa Cleusa Moraes, a desavença com a vizinha, Liliane, acabou em constrangimento na delegacia. Segundo ela, Liliane partiu para agressão depois que Cleusa reclamou do cachorro que fazia as necessidades em sua porta todas as manhãs. "Fui pedir uma solução, mas ela saiu de dentro de casa com uma vassoura e me agrediu. Fiquei ainda mais chocada quando recebi uma intimação para depor por agressão", conta a dona de casa.

Caso de polícia ou não, a relação entre vizinhos exige algumas normas para a boa convivência e o bom senso de cada um para respeitar o espaço do outro. O MinhaVida conversou com especialistas em etiqueta e direito para saber quais atitudes tomar diante de algumas situações:

Vaga da garagem
Sua vaga da garagem está sendo ocupada por outro morador? Para Ligia Marques, a melhor maneira de resolver o problema é recorrer ao zelador. Segundo ela, chegar diretamente no vizinho pode causar confusão e não resolver, então vale buscar ajuda de alguém para fazer a mediação. "Fale com o zelador e peça que faça contato com o vizinho pedindo que não use mais a vaga sem autorização. Isso geralmente funciona. Caso se repita, converse com o síndico de prédio e peça providências formais. Procurar o conflito direto é comprar briga, explica ela.

E como fazer quando você quer sair de casa e estacionaram o carro bem em frente a sua garagem? O ideal é conversar com a pessoa e pedir com delicadeza que retire o carro da frente. Assim, a pessoa se toca e não faz mais isso. "Tente achar o dono e peça que não coloque mais o carro na sua porta. Se estiver na porta, mas você ainda conseguir sair, não busque o enfrentamento direto, mas deixe um bilhetinho no vidro explicando a situação".

Desçam do salto
A vizinha, fã de um salto alto, nem imagina que dá para ouvir o tac tac tac do sapato quando ela passa nas escadas ou até mesmo quando ela anda no apartamento, o dela. Durante a noite, o barulhinho pode virar um verdadeiro tormento. "Fazer barulho independente de onde ele venha, só é permitido até às 22 horas. A partir desse horário, devemos procurar manter o silêncio, afinal, todos têm afazeres no dia seguinte e ninguém é obrigado a seguir seu horário biológico por conta do seu barulho", diz Lígia.

Vale a mesma medida para controlar a barulheira da garotada. Crianças têm lugar próprio para brincar: playground, quadra, parquinho e área de lazer. Mas, depois das 22 horas, o silêncio deve ser a prioridade.

"A partir das 22h você pode pedir que conversem baixo ou em outro local, pois estão atrapalhando. Esse pedido, feito de forma educada, sem brigar, costuma funcionar", explica a consultora.

Farelos ao vento
Tem coisa mais desagradável do que ver que as roupas do varal ou que o batente da janela estão cheios de farelo, pó e até cabelo que vieram do andar de cima? Para a consultora de etiqueta, isso é uma das coisas mais desagradáveis na relação entre vizinhos, pois, abrange diversas infrações. Em seu livro Sem Noção, a consultora trata a situação com firmeza: "não há desculpas para isso. Procure o síndico e reclame. Isso é invasão de espaço e falta de respeito", explica ela.

Quem é o aniversariante?
Imagine chegar à festa de aniversário do seu filho e achar que entrou na festa errada? Morar em prédios é bastante complicado quando se tem uma comemoração em vista já que o morador fica numa situação difícil: Se não convida, é antissocial, se chama os vizinhos, vem o prédio inteiro.

Para evitar que a festa de seu filho vire uma reunião de condomínio, Ligia sugere cautela: "Essa é uma das situações mais delicadas de resolver. ?Qualquer atitude que você tome, pode não ser bem recebida", diz ela. "Se não dá para confiar no bom senso das pessoas, vale colocar alguém na porta para checar os convites dizendo aos intrusos que é uma festa particular e não do condomínio", explica Ligia.

Questão musical
Ninguém é obrigado a mudar de gosto musical ou ouvir as músicas que você mais gosta. "Devemos procurar não aborrecer os outros. Ouça seu cantor ou banda preferida em um volume razoável", continua.

Festa de segunda a segunda?
Não são raros os vizinhos que adoram dar festas de arromba durante a semana, sem nenhum bom senso. A vizinhança não costuma ver com bons olhos estas comemorações e a irritação vai tomando conta da situação. Para resolver o problema de maneira legal e democrática, a consultora sugere uma reunião com a vizinhança do bairro ou no condomínio para que sejam estabelecidas regras para o bem-estar de todos. "É democrático e eficiente",explica ela.

Manual de sobrevivência

1) Não faça com seu vizinho, aquilo que não toleraria que fizessem com você é sempre um bom lema de convivência

2) Esfrie a cabeça e converse: "Muitos conflitos simples acabam virando caso de polícia em função da falta de educação", conta a advogada Anna Letícia Quina. Para a consultora em etiqueta , a melhor solução para evitar transtornos é o diálogo. Para ela, não adianta brigar ou gritar, que só aumentará o problema. "Esfrie a cabeça e exponha o problema, assim você não compra uma briga à toa", sugere ela.

3) Caso não entrem em acordo, procure seus direitos. A advogada Anna Letícia Quina explica que no Código Civil há artigos específicos sobre direitos da vizinhança. Segundo ela, nestes artigos estão previstas penalidades para quem atrapalha a saúde e o sossego dos moradores da rua, e em caso de condomínio, a lei prevê até a expulsão do condômino. Uma delas é que o condômino "que não cumpre reiteradamente com os seus deveres perante o condomínio" poderá ser multado em até dez vezes o valor pago mensalmente para o condomínio, ou expulso, em casos mais extremos", explica a advogada.

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