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Des. Rubens Bossay: 25 anos dedicados ao TJMS

TJMS - 20 de agosto de 2012 - 18:38

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Agosto é um mês especial para o Des. Rubens Bergonzi Bossay que completa 25 anos de atuação no Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul. Natural de Miranda, ele é formado em Ciências Jurídicas e Sociais pela Universidade Católica de Campinas (SP), na turma de 1969.

Bossay é o decano da mais alta Corte sul-mato-grossense e ingressou na magistratura em 1976 na Comarca de Naviraí. Três anos depois, por merecimento, foi promovido para a 2ª Vara de Três Lagoas, comarca onde exerceu as funções de diretor de Foro de 1980 a 1981.

Novamente por merecimento, em 1984 foi promovido para a 3ª Vara Cível de Campo Grande. Em 1987, por merecimento, foi promovido para o cargo de desembargador do Tribunal de Justiça. Foi vice-presidente do TJMS no biênio 1991/1992, vice-presidente do TRE/MS e Corregedor Regional Eleitoral no biênio de 1999/2000, além de exercer o cargo de Ouvidor Judiciário de 1999 a 2001, presidente da Associação dos Magistrados de MS (Amamsul) no biênio 1993/1994 e diretor da Escola Superior da Magistratura (Esmagis) no biênio 1989/1990.

O desembargador presidiu o Tribunal Regional Eleitoral no biênio 2001/2002 e o Tribunal de Justiça no biênio 2003/2004. Com tamanho currículo, ele tem também muita história para contar. Bossay lembra que, quando chegou em Naviraí, a energia elétrica na comarca era produzida por gerador a diesel.

“Naquela época tínhamos comarca sem luz, sem água, sem telefone e até sem estrada. Eram comarcas enormes. A Comarca de Naviraí compreendia os municípios de Mundo Novo, Eldorado, Iguatemi, Itaquiraí e Naviraí. Muitas vezes tínhamos que nos deslocar para lugares mais distantes para poder fazer a prestação jurisdicional. Naquela época eu, assim como muitos magistrados, fazia três expedientes: um de manhã, outro a tarde e outro à noite para atender a toda a demanda. Nós não tínhamos energia, mas somente um motorzinho que apontava uma luzinha meio amarela de fora da prefeitura, que nos permitia trabalhar à noite”, lembra.

Com um sorriso nostálgico, ele conta que o único patrimônio do Poder Judiciário em Naviraí era uma máquina de escrever, que faltava uma letra. “O papel era fornecido pelo cartório extrajudicial, que fazia também a parte judicial. Eles eram os responsáveis pelo fornecimento do papel sulfite de tão incipiente que era nossa estrutura de trabalho. Fiquei dois anos sem promotor e sem defensor, tendo de nomear advogados para atuar nos dois sentidos. Não havia cadeia pública, então nossos presos ficavam na cadeia pública de Caarapó, que pertencia à Comarca de Dourados naquela época. Para as audiências criminais, tínhamos de mandar buscar os presos em Caarapó”.

Depois de três anos de atividade, trabalhando com muita dificuldade em razão da estrutura deficiente, o então juiz Rubens foi promovido para Três Lagoas. “Lá já era uma comarca bem estruturada e pudemos fazer um trabalho melhor. Na verdade, o Estado era o mesmo, mas o número de comarcas que era menor e o trabalho bem maior”.

Rubens Bossay reconhece que a magistratura mudou muito, se comparada a realidade atual com a que existia quando ingressou na carreira. Pouco depois de seu ingresso na magistratura, houve a divisão do Estado e aos juízes foi dada a opção de ficar em MT ou MS. “Eu sou de Miranda, do sul de Mato Grosso. Então fiquei no Mato Grosso do Sul porque ficava em casa”.

Apesar da aparência austera, Rubens Bergonzi Bossay é um ser humano gentil e muito sensível. Durante a entrevista, ele não escondeu a preocupação que tem com o servidor e não admitiu o sentimento de dever cumprido depois de tantos anos atuando para distribuir justiça. “Tenho muita alegria em ver tudo o que pude fazer, não o que eu quis fazer, porque queria fazer muito mais. Existem limitações que não dependem da sua vontade. Por mais que se trabalhe para afastar os obstáculos, sempre existem aqueles que nos impedem de alcançar os objetivos com a otimização que se gostaria”, comentou.

Diante de tal posicionamento, o que pode ter marcado sua passagem pelo Tribunal de Justiça nestes 25 anos? Ele responde com simplicidade: “A satisfação de fazer sempre um bom trabalho. De ter feito um trabalho que tenha me convencido que foi bom para o jurisdicionado e para a sociedade. Na área administrativa, o trabalho perante a Escola Superior da Magistratura Estadual como Diretor-Geral e professor desde a sua fundação; a administração planejada do TJMS rumo à busca da excelência da gestão pública com foco na efetivação da informatização da justiça nas áreas judicial e administrativa”.

Em tantos anos de luta, dedicação, o desembargador foi obrigado a abrir mão de muitas coisas, até de seu tempo com a família. Tanta dedicação valeu a pena? “Realmente, sacrifiquei meus filhos, mas se tivesse que fazer, faria tudo de novo. Talvez pudesse fazer melhor, em razão da experiência, já que por meio do trabalho se ganha experiência e, pela experiência, é que se pode fazer melhor”.

E as qualidades do decano são reconhecidas pelo presidente do Tribunal de Justiça de MS, Des. Hildebrando Coelho Neto. “O Des. Bossay tem na prudência e no equilíbrio marcas acentuadas do admirável magistrado que sempre foi e, atualmente, na condição de decano, tem sido a lanterna de proa do colegiado”.

Elpídio Helvécio Chaves Martins, desembargador que se aposentou em julho 2010, foi outro a conviver com Bossay por muitos anos e do amigo ressaltou a seriedade, a competência e qualidade de trabalho. “O Rubens é de uma seriedade impressionante, pessoa da mais alta competência, minucioso, de uma inteligência fantástica e um dos grandes exemplos de julgadores do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul”.

Autoria do Texto:Secretaria de Comunicação Social - [email protected]

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