Deputados de diferentes partidos ocuparam o Plenário nas últimas sessões da Câmara para manifestar solidariedade ao presidente da Casa, Severino Cavalcanti, e repudiar as críticas à sua atuação veiculadas pela Imprensa no último fim de semana.
O deputado Ivan Ranzolin (PP-SC) salientou que a atuação de Severino reflete o sentimento dominante na Casa de afirmação da independência do Legislativo. Ranzolin ressaltou que, em seu décimo primeiro mandato, o presidente da Câmara é um homem que conquistou o respeito dos parlamentares. “Muitas coisas que estão sendo ditas como de sua responsabilidade são de responsabilidade da Casa. O Presidente apenas coloca as matérias na pauta de votação”, afirmou o deputado, advertindo que o que tem desagradado na atuação de Severino é o fato de ele não estar permitindo que o Governo comande a pauta da Câmara. “Há um forte cacoete dos governos brasileiros de querer comandar a pauta das Casas Legislativas. A pauta tem de ser feita nesta Casa, com os parlamentares. Afirmo que, com a Presidência do deputado Severino Cavalcanti, estamos obedecendo o Regimento Interno, a Constituição Federal e, acima de tudo, trabalhado para que as matérias sejam votadas”, acrescentou.
Na opinião do deputado Jorge Pinheiro (PL-DF), muitos projetos só saíram da gaveta e foram votados em razão da coragem do presidente. “Após a eleição de Severino, muita coisa mudou. Nosso partido havia requerido uma série de audiências a alguns ministros, mas elas só foram realizadas agora. Será coincidência?”, argumentou o deputado.
Pinheiro lamentou que alguns setores da Imprensa “insistam em denegrir” a imagem de Severino, aventando inclusive a possibilidade de impeachment, procedimento que só cabe aos membros do Poder Executivo. “Insinuam que houve quebra de decoro parlamentar. Será que o Presidente disse algo que não deveria ter dito? A sinceridade, a honestidade, a transparência e a coragem ao defender algumas posições é importante para os deputados”, completou.

Independência entre os Poderes
Na opinião do deputado Gervásio Oliveira (PFL-SC), é visível que parte da Imprensa e dos parlamentares não quer a independência do Legislativo em relação ao Executivo. “A prova dessa constatação é o que já se votou, ou seja, o que já saiu da gaveta durante a gestão do presidente Severino Cavalcanti, e o que vamos votar em breve, como, por exemplo, a MP 232, que trata de tributos”, explicou. “Infelizmente”, continuou, “existem aqueles que gostam de ser cabrestados. Mas o Brasil não agüenta mais essa situação”.
Para Jorge Pinheiro, ao valorizar o Legislativo e lutar por sua independência, Severino está fazendo uma defesa indireta da população brasileira. “A independência do Legislativo contribui para o Brasil e o Governo. Se esta Casa passa a ser subserviente ao Poder Executivo, se nossos projetos não são votados e nossas idéias não são defendidas, todo o nosso trabalho ficará ocupado somente com as discussões das medidas provisórias”, completou.
O deputado Wagner Lago (PP-MA) ressaltou que nunca a Casa votou com tanta eficiência. “A PEC Paralela, engavetada há quase um ano e meio, foi colocada em votação, junto com vários outros projetos considerados polêmicos”, disse. Augusto Nardes (PP-RS) também reafirmou seu apoio à postura do Presidente da Casa de colocar em votação matérias de importância fundamental para a Câmara e para a sociedade.

Apoio dos governadores
O deputado Sérgio Caiado (PP-GO) atribuiu as tentativas de diminuir a figura e atuação política do Presidente da Câmara a “forças poderosas que nós muitas vezes conhecemos”. Caiado destacou reunião promovida pelo presidente da Câmara com governadores de Estado e o Ministro da Fazenda, Antonio Palocci, na semana passada, para tratar da Reforma Tributária, lembrando que na ocasião alguns governadores disseram que pela primeira vez foram questionados pelo Ministro da Fazenda sobre a reforma tributária.
Na opinião do deputado, Severino tem tido o mérito de dar voz a todos os setores da sociedade e também a todos os segmentos do Plenário. “Severino já teve e tem tido a sua vida vasculhada há mais de 40 anos no exercício público e, agora, ao chegar à Presidência da Câmara, vem mostrando franqueza, honestidade, disposição e caráter”, concluiu.

Da Reportagem
Edição - Patricia Roedel