A pressão do dia-a-dia aliada às variações hormonais femininas pode levar as mulheres a terem mais problemas de depressão. A doença é caracterizada, principalmente, pela sensação de tristeza constante e pela perda do interesse em atividades cotidianas. De acordo com o médico Joel Rennó, coordenador de Atenção à Saúde Mental da Mulher do Hospital das Clínicas da USP, as mulheres passam por alterações bruscas de humor quando estão nos períodos pré-menstruais, no pós-parto ou na pré-menopausa e isso pode levar a episódios depressivos. Além disso, as próprias funções da mulher moderna, que trabalha fora e cuida da família ao mesmo tempo, podem colaborar para o surgimento da doença, como afirma o médico Joel Rennó.


"No caso das mulheres, múltiplas tarefas e cobranças, porque embora as mulheres tenham cargos tão elevados quanto os homens, elas acumulam também parte das tarefas domésticas, no cuidado com os filhos. Isso causa um grande nível de estresse. E o estresse pode desencadear um quadro de depressão."

O médico Joel Rennó afirma, ainda, que as mulheres têm duas vezes mais chances de desenvolver depressão do que os homens. A doença pode surgir por causa de fatores biológicos, provocados por alterações no funcionamento do cérebro; por predisposição genética ou por causa de fatores depressores, como problemas no trabalho, desemprego, isolamento ou perda de uma pessoa querida. O tratamento da depressão pode ser feito com antidepressivos, psicoterapia e, nos casos menos graves, com atividades físicas.

Reportagem, Cynthia Ribeiro