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Depressão entre idosos pode chegar a 25%

Juliana Andrade/ABr - 27 de setembro de 2004 - 14:32

Enquanto nos países desenvolvidos a depressão atinge cerca de 15% da população idosa, a incidência da doença entre os idosos nos países em desenvolvimento, como o Brasil, pode chegar a chegar a 25%. O alerta é do psiquiatra Alberto Stoppe Júnior, coordenador do projeto Terceira Idade (Proter), do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Nesta segunda-feira, Dia Nacional do Idoso, o especialista em psiquiatria geriátrica lança o livro “Depressão em Idosos: Guia para Diagnóstico e Conduta”.

O coordenador ressalta que, quanto maior a qualidade de vida do idoso, menores são as chances de ele vir a apresentar sintomas de depressão. “A vida dos idosos em países em desenvolvimento, em resumo, é mais difícil: menos dinheiro, piores condições de vida. Então, provavelmente, têm mais chances de ter um quadro depressivo do que os de países de primeiro mundo”, compara.

Segundo Alberto Stoppe, a idéia é que a publicação ajude os médicos a detectarem a doença, freqüentemente ligada ao próprio processo degenerativo cerebral. De acordo com o psiquiatra, muitos profissionais têm dificuldades para detectar a depressão, que ainda é vista como conseqüência natural da idade. “Muitas vezes acham que é normal um paciente idoso estar deprimido e, por isso, não se faz um diagnóstico”.

O psiquiatra destaca o papel fundamental da família tanto na hora de detectar os sintomas da doença como no momento de incentivar a busca pelo tratamento. Segundo ele, entre os principais sinais externos da depressão estão a falta de disposição, tristeza, perda de entusiasmo, desinteresse, irritabilidade, além de alterações de sono e de apetite. “A pessoa deprimida dificilmente procura sozinha o tratamento”, observa.

Esses sintomas, salienta Stoppe, devem ser vistos como sinais de uma doença que pode se agravar, provocando perda de qualidade de vida e aumento do risco de morte. “A família e os amigos têm de ajudar a detectar a depressão e não achar que é normal o idoso que fica quietinho, sem falar com ninguém. Também devem ajudar durante o tratamento, levando-o às consultas, lembrando-o do remédio e, para aqueles que pensam em desistir do tratamento, dando uma força para continuarem “, aconselha.

Mas, segundo o psiquiatra, as chances de os maiores de 60 anos terem depressão podem ser reduzidas se forem afastados alguns fatores de risco, como a falta de atividade física e de ocupação. Ele cita o exemplo de uma pessoa que só viveu em função do trabalho e teve de se aposentar. “Essa perda é muito mais importante do que para aquelas pessoas que tinham um monte de outras coisas que gostava de fazer", avalia.

A depressão é dividida em três tipos: leve, moderada e grave. Segundo Alberto Stoppe, nos dois últimos casos, o tratamento da doença deve combinar o uso de antidepressivos e psicoterapia.

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