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Depois de 21 anos sai o julgamento da chacina de Matupá

Jonas Jozino, 24 horas news - 05 de outubro de 2011 - 11:43

Após 19 horas de júri saiu a sentença sobre o julgamento da chacina de Matupá, onde a população linchou e depois queimou viços três assaltantes em plena praça pública em 23 de novembro de 1990. Valdemir Pereira Bueno foi condenado a oito anos de prisão enquanto que Santo Caione e Alcindo Mayer acabaram absolvidos. A promotoria diz que vai recorrer da absolvição dos réus.

Matupá se tornou conhecida mundialmente quando populares resolveram capturar três assaltantes que aterrorizavam a cidade, espancá-los e concluir a barbárie queimando-os em plena praça pública. O julgamento, entretanto, só aconteceu quase 20 anos depois, quando já se acreditava na impunidade dos réus.

Na ocasião, Osvaldo José Bachmann e dos irmão Arci e Ivanir Garcia, permaneceram por mais de 15 horas no interior de uma residência localizada na então recém criada cidade de Matupá. Depois de negociações comandadas pela Polícia Militar, os três se entregaram, mas a Polícia Militar não conseguiu conter a fúria da população que atacou o trio com tiros, chutes e pauladas. Não contentes, eles ainda atearam fogo sobre as vítimas ainda vivas em praça pública.

O julgamento teve início na terça-feira e durou 19 horas entre replicas e tréplicas por parte da defesas do réus e da acusação do rumoroso caso.

Após a apresentação das testemunhas, os jurados passaram uma hora e meia confinados na sala secreta do Conselho de Sentença, acompanha pelos promotores e advogados de defesa, saiu o resultado do julgamento, com a condenação de Valdemir Pereira Bueno a oito anos de prisão pelo assassinato de Osvaldo José Bachmann. O acusado confessou espontaneamente como tudo aconteceu. Quanto a morte de Ivanir Garcia dos Santos, Valdemir Pereira Bueno acabou sendo absolvido, pois a pena foi desclassificada para vilipêndio de cadáver .

O réu Santo Caione foi considerado inocente, já que os jurados entenderam que a conduta praticada por ele não ocasionou a morte da vitima Arci Garcia dos Santos. Em relação ao réu Alcindo Mayer, também houve absolvição, já que o conselho entendeu que o mesmo acreditava que a vítima estava morta, antes de sua agressão.

Ao final do pronunciamento do juiz, a promotora de Justiça, Daniele Crêma da Rocha, informou que apelará em busca da condenação dos réus absolvidos, mas reafirmou acreditar no cumprimento das funções da Justiça, principalmente depois de tantos anos sem o julgamento de um barbaro crime. Já para o promotor, Washington Eduardo Borrére o mais importante foi o desfecho final e a resposta para a sociedade que não tolera o fato de se fazer Justiça pelas próprias mãos. \"Agora Matupá pode dizer que repudia atos desta natureza graças à Justiça\", explicou.

\"O papel da Justiça foi cumprido e houve uma resposta à sociedade que clamava pela Justiça. Fizemos todo o possível em relação ao processo que envolve 18 acusados e que apresentou uam série de dificuldades em relação a própria legislação que permite atos procrastinatórios\", sinalizou o juiz.

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