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Depoimento de Genoíno decepciona

Agência Senado - 14 de setembro de 2005 - 08:19

O longo depoimento do ex-presidente do PT, José Genoíno, à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito do Mensalão decepcionou e irritou os parlamentares pela ausência de informações concretas, defesa intransigente do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de todos os integrantes do PT, negativa de assumir responsabilidade sobre as finanças do partido, empréstimos bancários ou uso de "dinheiro não-contabilizado", embora fosse presidente do partido à época em que ocorreram as irregularidades denunciadas.

O clima morno do depoimento somente foi quebrado pela presença, na sala, do coronel Lício Maciel, que participou da prisão de Genoíno na guerrilha do Araguaia, levado pelo deputado Jair Bolsonaro (PTB-RJ). Mesmo sem dizer palavra, sua presença ensejou protesto de vários senadores como Aloizio Mercadante (PT-SP) e Arthur Virgílio Neto (PSDB-AM). O coronel acabou sendo expulso da sala pelo presidente da CPI, senador Amir Lando (PMDB-RO).

Para o senador Rodolpho Tourinho (PFL-BA), é inútil gastar o tempo da CPI com depoimentos de quem está decidido a nada esclarecer. Para ele, "não é crível que, sendo presidente do PT, Genoíno nada conhecesse do esquema montado por Marcos Valério com empréstimos de R$ 55 milhões ao PT".

- Apesar de tanto desconhecimento, ele não hesitou em afirmar que o PT nunca comprou votos nem deputados - contestou.

O senador José Jorge (PFL-PE) também considerou estranho que Genoíno, sabendo tão pouco das finanças do partido, não hesitasse em garantir que "o PT não tem dinheiro no exterior, nem faz pagamentos em dólar".

Mercadante

O líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante (PT-SP), pediu a palavra para enaltecer as qualidades éticas e políticas de José Genoíno, solidarizando-se com ele, em função das dificuldades que vem enfrentando desde que se licenciou da presidência do PT. Ele aproveitou a oportunidade para esclarecer o episódio do empréstimo de cerca de R$ 30 mil que o PT teria feito ao presidente Lula.

- Não foi um empréstimo, foi uma antecipação de despesas que seriam feitas pelo presidente Lula em viagens à China, Europa e América Latina, ainda em 2001. Por um equívoco contábil, foi lançado na prestação de contas do PT como empréstimo. Se foi quitado em 2003, 2004, é porque somente nessa ocasião a conta foi apresentada - explicou.

Mercadante disse que a crise política que o país atravessa deve servir de reflexão para acabar com os showmícios e com os gastos exorbitantes dos programas de televisão nas campanhas eleitorais.

- Não se pode continuar a fazer política dessa maneira, tampouco com 28 partidos a disputar as eleições - concluiu.

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