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Dependentes químicos precisam de atendimento emergencial

Agência Notisa - 22 de novembro de 2004 - 06:43

Casos de jovens que dão entrada nas emergências devido ao abuso de drogas são mais freqüentes do que parecem. E em cerca de 60% dos pacientes, além de problemas psiquiátricos, eles apresentam doenças físicas associadas. O alarmante é que, segundo o psiquiatra Jorge Jaber, da clínica privada Jorge Jaber, na maior parte dos casos estas enfermidades não são identificadas durante o atendimento. “A esmagadora maioria dos pacientes psiquiátricos que apresentam sinais significativos de doença física (pressão alta, por exemplo) tem alta médica dos serviços de emergência sem registro desse fato”, alertou o médico, durante o VIII Simpósio Internacional sobre tratamento de Tabagismo e IV Simpósio Internacional sobre Álcool e Outras Drogas.

Para evitar que isso aconteça, Jaber aconselha o médico a perguntar o máximo possível sobre o histórico do paciente com as drogas. “Como nem sempre o paciente está em condições de dar informações, deve-se perguntar a todos os que tiveram qualquer tipo de contato com ele: o motorista da ambulância, o policial que o trouxe, famliares etc”, ressaltou. Paralelamente, é fundamental realizar uma avaliação médica completa com exames laboratoriais e, se necessário, transferir o paciente para uma unidade adequada.


O médico deve estar atento à freqüência respiratória, a casos de obstrução das vias aéreas e à circulação da pessoa assistida. Às vezes, exames simples, como apertar a unha do paciente e ver se ela volta a ficar vermelha com o objetivo de se verificar a qualidade da circulação, podem evitar futurar complicações”, afirmou Jaber.



O psiquiatra ressalta que não é apenas o uso abusivo de uma droga que leva um paciente à sala de emergência: a abstinência também pode causar sérios danos. Ele explica que, assim como na intoxicação, os sintomas variam de acordo com a droga da qual a pessoa é dependente. Segundo o médico, dependentes do álcool em um período de seis a 24 horas de abstinência, podem apresentar tremores, insônia, vômitos chegando em no máximo 72 horas a ter convulsões. Já usuários de cocaína têm grande compulsão para o uso, irritabilidade, depressão, alucinações, paranóia e risco de suicídio.



Mas como um psiquiatra deve agir diante de um paciente com emergência de uso de drogas? Algumas medidas simples são capazes de reduzir o quadro violento do paciente, como demonstrar confiança na sua melhora e fazer com que ele pense em outras coisas que não a droga. Encorajá-lo a se comunicar e ignorar comportamentos inadequados também são fundamentais. “Demostrar entender o sofrimento do paciente e não julgá-lo são armas eficazes na tentativa de estabelecer uma relação de confiança entre o psiquiatra e o paciente. A emergência é uma oportunidade de mantê-lo em tratamento constante, e longe das drogas”, concluiu.



(Agência Notisa – jornalismo científico - science journalism)


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