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Denunciar abusos e cuidar das crianças é dever moral do cidadão, diz psicólogo

Midiamax - 30 de setembro de 2018 - 15:30

Zelar pelo bem-estar das crianças não é dever apenas dos pais ou responsáveis, mas de qualquer adulto que presencie ou suspeite de que ela possa estar sendo vítima de abuso sexual. No dia 22 de setembro, uma vizinha suspeitou da movimentação constante de uma menina de 9 anos na casa de idoso, de 64, e o denunciou a polícia. Posteriormente, ele foi preso por suspeita de estuprar a criança.

A denúncia da moradora foi fundamental para que o suspeito fosse preso e isso acabou desencadeando questionamento à cerca do comportamento das pessoas frente a casos de suspeita envolvendo abusos contra crianças.

Mas como as pessoas devem agir? Para o professor universitário e especialista em psicologia social, Angelo Motti, a atitude da mulher foi um exemplo a ser seguido, pois a questão cultural acaba contaminando a sociedade e, se mais pessoas tomassem partido, menos casos de violência contra criança aconteceriam e elas se sentiriam mais protegidas.

“Temos uma cultura de que não devemos nos meter naquilo que não nos diz respeito e isso é totalmente errado, tanto no sentido legal, como no moral. É importante termos esse senso de responsabilidade de que devemos cuidar do bem-estar da criança e não interessa quem é ela, se conhecemos ou não, é uma pessoa que deve ser protegida”, afirmou.

A delegada titular da Depca (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente), Marília de Britto, disse que, até o último dia 31 de agosto, foram registrados 1.575 casos de violação à criança e ao adolescente e que, para evitar que mais crianças sofram com crimes sexuais, as pessoas devem se atendar ao comportamento e acionar a polícia.

“Todas as cidades têm o Conselho Tutelar, qualquer notícia de violação de crianças e adolescente, esse conselho deve ser acionado imediatamente. Se é um crime que está acontecendo na hora [como no caso de Nova Andradina] tem que acionar a PM. Se é uma situação que presenciou ou ficou sabendo, tem o Disque 100”, canal telefônico para moradores denunciarem crimes envolvendo menores, explicou Marília.

Cuidado desde pequenos e atitude exemplo
Além disso, o psicólogo diz que a orientação também deve ser debatida em casa pelos pais ainda com os filhos pequenos. Desde os primeiros momentos de autonomia da criança, os pais devem mostrar quais são os riscos da criança se afastar da presença dos pais.

“Os pais devem orientar que [o órgão sexual] é uma parte íntima, que ninguém pode mexer e se alguém mexer, ela deve chamar os pais ou contar para alguém que confie. Depois que ela atinge os 13 anos, já se pode falar dos riscos maiores, aquela parte do corpo que é muito íntima e ninguém tem o direito de mexer, conversando sempre no sentido da higiene”, pontuou Motti.

Ainda para o professor, a atitude da moradora de Nova Alvorada deve ser usada como exemplo para as pessoas, pois quem está envolvido é uma criança, vulnerável fisicamente e psicologicamente.

“Esse caso demostra um senso de cidadania muito grande. Ela não conhece a criança, mas conhece o potencial do agressor. Um abuso marca o resto da vida dessa vítima e deve gerar alerta nas pessoas que desconfiam ou já presenciaram algo parecido”, finalizou.

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