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Geral

Demora na pavimentação da BR163 forma estradas ilegais

Clara Mousinho / Agência Brasil - 10 de março de 2007 - 19:24

Um levantamento do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam) mostra que quase metade (40%) da malha rodoviária da BR-163 é cortada por estradas ilegais, construídas de forma precária principalmente para apoiar o desmatamento ilegal na Amazônia. Segundo um dos coordenadores do instituto, Ricardo Melo, a demora na pavimentação da rodovia contribui para a abertura destas rotas.

"O governo quando abre uma área de assentamento, por lei, é obrigado a abrir estradas pras populações. Mas muitas vezes ele não tem dinheiro para fazer isso. Como você tem pessoas assentadas e não tem dinheiro para construir estradas legais, começa um processo ilegal de abertura de estradas que é feito em parceria com o setor privado, formado por madeireiros e pecuaristas”, diz Melo.

Esta semana, representantes do Ministério do Meio Ambiente (MMA), do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e da sociedade civil discutiram os maiores desafios da BR-163, que liga Cuiabá (MT) a Santarém (PA).

A BR-163 tem 1,7 mil quilômetros e é uma das rodovias utilizadas para o escoamento da soja produzida no Mato Grosso. A estrada é alvo de ocupação desordenada e de atividades rurais não planejadas.

“É preciso definir quem é dono de que. A partir disso a gente tem outras coisas, a questão da gestão florestal, como vai ser explorado isso. Se essa exploração de fato vai representar uma melhoria de vida das populações locais, como gerenciar as florestas dessas regiões”, sugere o coordenador do Ipam.

Foram definidos na reunião quatro eixos de trabalho. Segundo o pesquisador do Ipam, David McGrath, os desafios são: as questões fundiárias, a questão da implantação da nova política florestal especificamente o Distrito Florestal, fortalecimento da participação da sociedade civil e a questão do fomento à produção.

Para o diretor do programa nacional de florestas do Ministério do Meio Ambiente, Tasso Azevedo, o maior desafio é completar o asfaltamento da rodovia com um modelo de desenvolvimento econômico sustentável da floresta. “A floresta em pé tem que valer bem mais do que a floresta no chão.”

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