Delúbio Soares entrou em contradição ao afirmar que não conhece 8 das 11 pessoas que figuram na lista que Marcos Valério entregou na semana passada ao procurador-geral da República como sendo as responsáveis pelos saques de dinheiro de contas bancárias de suas empresas.
O tesoureiro licenciado do PT tinha afirmado que ele é o único responsável pela tomada dos empréstimos e pelo repasse do dinheiro a parlamentares e outras pessoas ligadas aos partidos da base aliada. Portanto, ele deveria ter total conhecimento das pessoas que seriam beneficiadas. "Quem o senhor acha que consegue enganar?", irritou-se o deputado Antonio Carlos Magalhães Neto (PFL-BA).

Mesma versão
"O senhor, Marcos Valério e o presidente Lula estão brincando com a inteligência dos brasileiros", disse ACM Neto, referindo-se às versões do depoente e do empresário, que são praticamente idênticas.
Uma das poucas diferenças entre os dois depoimentos, além da lista de pessoas autorizadas a sacar, é a afirmação de Marcos Valério ao procurador-geral da República de que aceitou endividar suas empresas para beneficiar o PT porque Delúbio teria lhe afirmado que o então ministro da Casa Civil, José Dirceu, e o secretário-geral licenciado do PT, Silvio Pereira, estavam informados da negociação. Delúbio nega essa informação.
ACM Neto disse que as apurações já permitem concluir que houve tráfico de influência.

A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito dos Correios está reunida na sala 2 da ala Nilo Coelho, no Senado.



Reportagem - Edvaldo Fernandes
Edição - Natalia Doederlein