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Delegado diz que gremista acusada de racismo só chorou diante da imprensa

Uol - 05 de setembro de 2014 - 16:01

A torcedora do Grêmio Patrícia Moreira chorou muito ao chegar à 4ª Delegacia de Polícia para depor na manhã de quinta-feira. Acompanhada pelo advogado Alexandre Rossato e um irmão, a jovem de 23 anos não mostrou o rosto e parecia muito abalada. Mas as lágrimas sucedidas por um tom alto de lamentação tiveram fim tão logo a porta que separa a antessala da delegacia do corredor para as salas de depoimento foi fechada. Aos policiais ela foi tranquila e se posicionou de forma consistente.

Por volta das 10h, o carro que levou Patrícia até a 4ª DP na zona norte de Porto Alegre estacionou em frente ao local. O caminho até o depoimento não era longo. Uma escadaria de não mais que 20 degraus, uma porta e mais alguns passos até o corredor isolado. Só que entre ela e a sala onde conversou com os policiais estavam cerca de 30 jornalistas. Ávidos por fotos, imagens ou qualquer palavra da moça, os profissionais de imprensa foram os responsáveis pelo choro, segundo relatou o delegado Cleber Ferreira, chefe das delegacias regionais de Porto Alegre.

"Logo que chegou na sala ela já tinha parado de chorar. Foi um susto por causa do número de jornalistas que estavam ali. Foi por isso que ela chorou", disse

A exposição na mídia tem sido dura com Patrícia. Ela deixou a residência onde morava em Porto Alegre, se 'escondeu' de qualquer contato com a imprensa, chegou e deixou a delegacia rapidamente, não se manifestou nem irá se manifestar. Deprimida, ela precisa de auxílio médico e evita sair de sua casa atual.

Na sala de depoimento, ela não negou em momento algum que tenha utilizado o termo 'macaco'. No entanto rejeitou que a palavra tenha cunho racista. Como os demais torcedores estavam falando, ela falou também. Foi 'no embalo' do momento, de acordo com os policiais.

A reportagem do UOL Esporte tentou contato com o advogado de Patrícia até o fechamento desta matéria, mas não obteve sucesso.

Durante 40 minutos, a jovem prestou depoimento. Quando deixou a delegacia, já não chorava como antes. Passou rápido, sem falar nada, e ainda acompanhou um protesto do grupo chamado Unegro. Eram três pessoas que, aos gritos, ofendiam a moça e gritavam palavras de ordem. O carro arrancou rapidamente e nenhuma resposta foi dada.

Investigação tem prazo de 30 dias

A investigação do caso de injúria racial na Arena do Grêmio deve durar cerca de 30 dias. Até agora, sete pessoas já foram ouvidas. O número vai chegar a nove nesta sexta-feira, quando mais dois gremistas prestarão esclarecimentos. Até agora, quatro aficionados foram identificados na ação contra o goleiro Aranha.

Após a investigação, a polícia irá indiciar os que estiverem comprovadamente cometendo crime de injúria racial contra o goleiro do Santos. Eles responderão processo e se considerados culpados em julgamento a pena vai de 1 a 3 anos de detenção, porém, cabe pagamento de fiança.

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