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Delcídio prevê dias difíceis para o PT

Thaísa Bueno/Campo Grande News - 15 de fevereiro de 2005 - 10:26

Fora da Mesa Diretora da Câmara de Deputados, o Partido dos Trabalhadores deve passar por uma das piores crises do governo Lula na avaliação do senador Delcídio do Amaral (PT). Está é a primeira vez na história nacional que o partido líder de bancada, com 91 deputados, não assegura um só lugar na direção do legislativo. Nos acordos durante a campanha, o PT acabou abrindo mão de disputar outros cargos na Mesa aos quais tinha direito, pelo critério da proporcionalidade, para viabilizar um acordo para a eleição de Luiz Eduardo Greenhalgh (PT-SP), candidato oficial do partido, que perdeu em segundo turno para deputado Severino Cavalcanti (PP-PE), que, ironicamente, faz parte da base aliada do governo em Brasília.
“A eleição na Câmara foi um vexame, não porque o Greenhalgh perdeu, mas pela razão simples de que não foram respeitadas normas básicas como a proporcionalidade, fomos surpreendidos com a eleição do Severino, que é um partido aliado e deveria estar conosco na disputa. Temos agora uma Câmara sem compromissos, fruto de ajustes e combinações internas”, desabafou o Senador.
Segundo ele, as articulações na Casa mostraram uma condição vergonhosa da política brasileira “com deputados fazendo leilão e trocando de partido 24 horas antes da votação”.
Fora as questões éticas que nortearam a eleição na Câmara, a verdade é que o PT enfrenta agora grande dificuldade para dar continuidade ao seu projeto político e adminstrativo. Na avaliação do senador, projetos como a Reforma Tributária, PEC (Proposta de Emenda à Constituição) paralela da Previdência Social., Medida Provisória 232, que aumenta o imposto de renda e a contribuição do lucro líquido, devem ficar enperradas.
“A situação é de tirar o sono. Não temos participação na Mesa e é justamente a Mesa que decide a pauta, norteira CPIs, enfim, ela era muito importante para o governo”, comentou.
O assunto mal entrou em discussão e os petista já começam se articular para tentar uma alternativa para a crise. Conforme Delcídio, ainda hoje o Senado vai se reunir para avaliar como serão conduzidos os trabalhos dentro do novo cenário. “O Governo vai ter de curar a ressaca muito rápido para começar a discutir alternativas”, disse.
E a derrota petista na Câmara, na avaliação de Delcídio, também teve repercussão em Mato Grosso do Sul. Isso porque o deputado Waldmir Moka (PMDB), que em Brasília integra a base aliada, também não teve sucesso na disputa pela primeira secretaria da Casa. “Foi lamentável. A primeira secretaria era muito importante para o Estado. Ela representa uma prefeitura dentro da Casa e daria muita representatividade a Mato Grosso do Sul”, comenta.
Mas se na Câmara o quadro é desanimador, no Senado “está um céu de brigadeiro”, conforme expressa Delcídio. Líder o seu partido dentro do parlamento ele agora acredita que terá de se articular ainda mais, para reverter a atual conjuntura na Capital Federal.
“Demos uma aula de democracia com a eleição da Mesa do Senado. Mostramos que é preciso paciência e atenção para garantir um projeto que atenda a população”, justificou.
Na posição de líder do PT, apesar de seu mandado ter apenas dois anos, Delcídio vê que pode trazer boas melhorias para Mato Grosso do Sul, apesar da crise. “Tenho uma posição estratégica e importante, quero e posso ajudar meu Estado rumo ao crescimento”, arguementa.
A boa articulação, inclusive, deve favorecer suas pretenções políticas ao governo de Mato Grosso do Sul. “Já estou conversando com os aliados, estou analisando o quadro e me preparando para a disputa em 2006”, entregou.

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