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Delcídio diz que pacote habitacional beneficia MS
O senador Delcídio do Amaral (PT/MS) afirmou que o pacote habitacional anunciado nesta quarta-feira pelo presidente Lula vai gerar milhares de empregos e estimular vários setores da economia, entre eles a construção civil, o comércio e a indústria de móveis e bens de consumo duráveis, que estão intimamente relacionados à aquisição da casa própria.
Ao todo, o programa prevê a construção de 1 milhão de moradias, das quais 400 mil se destinam as famílias com renda de até três salários mínimos (R$ 1.395), que pagarão prestações bastante reduzidas. A parcela deverá comprometer até 10% da renda pelo prazo de 10 anos. Essas famílias terão subsídio integral, com isenção do seguro. Para as famílias com renda entre três e seis salários mínimos, o pagamento da prestação prevê o comprometimento de até 20% da renda. O total de moradias para essa faixa também será de 400 mil unidades. Para essa faixa de renda haverá aumento do subsídio parcial em financiamentos com redução dos custos do seguro e acesso ao Fundo Garantidor. O governo estima que o impulso do pacote no crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) será de 0,7 ponto porcentual.
É um pacote muito amplo, que, sem dúvida alguma, vai ter reflexos positivos em praticamente todos os segmentos da economia, começando pela indústria da construção civil, e passando, também, pelas grandes obras de infraestrutura, porque os estados e municípios terão que levar água, energia, asfalto e construir áreas de lazer, escolas e postos de saúde nos conjuntos habitacionais a serem implantados a partir deste ano, prevê o senador, que na qualidade de relator-geral do Orçamento da União de 2009, participou na terça-feira , no Centro Cultural Banco do Brasil , em Brasília, da reunião do Conselho Político na qual o governo discutiu, entre outros temas, o programa habitacional.
O pacote de estímulo à construção civil está orçado em R$ 34 bilhões, dos quais R$ 16 bilhões são de recursos próprios do governo e o restante de outras fontes, entre elas a redução da carga tributária sobre o setor.
Reduzir a carga tributária é importante, mas é preciso avançar mais, acredita Delcídio. Durante a reunião do Conselho Político nós discutimos a necessidade de introduzir inovações na legislação para dar celeridade aos programas habitacionais destinados a atender as famílias de baixa renda. É preciso desburocratizar a titulação dos terrenos nos cartórios, acelerar a liberação das licenças ambientais e criar mecanismos que tornem as licitações mais ágeis, sem comprometer a lisura dos processos. São desafios grandes, mas que têm de ser vencidos pelo governo, acredita o senador.
Benefícios para MS
Delcídio destaca que o pacote habitacional do governo vai beneficiar diretamente Mato Grosso do Sul.
Neste momento de crise, que, inclusive, obrigou o governador André Puccinelli a gastar R$ 130 milhões das reservas do tesouro estadual para compensar a queda na arrecadação, investir em habitação é fundamental. Mais uma vez, o governo federal está presente para ajudar o nosso estado com investimentos que geram emprego e renda, movimentando a economia. A emenda popular, que incluímos no Orçamento da União de 2009, a partir da audiência pública comandada com competência pelo presidente da Assembléia, deputado Jerson Domingos, no final do ano passado, em Campo Grande, destina R$ 75 milhões para a construção de 5 mil moradias em todas as regiões do estado. Agora é a hora dessa previsão sair do papel, afirma o senador.
Emendas individuais preservadas
Delcídio revelou que na reunião do Conselho Político ficou definido que, na hora de cortar as despesas previstas para este ano, o governo vai preservar as emendas individuais dos parlamentares para atender os municípios, e fazer de tudo para não comprometer as emendas de bancada em favor dos estados.
"O governo vai acompanhar passo a passo a arrecadação de impostos e os efeitos dessa crise. O Ministério do Planejamento dispõe dos instrumentos necessários para promover os remanejamentos no Orçamento de 2009, em função do Projeto de Lei aprovado no final do ano passado. Esse é um encaminhamento seguro, sereno, equilibrado , para ajustar o Orçamento à arrecadação e as mudanças de cenário da economia internacional. Acreditamos que o Brasil sofrerá impactos em escala muito menor quando comparado aos demais países", acredita o senador.
De acordo com Delcidio, na semana que vem o Diário Oficial da União deve publicar decreto regulamentando o contingenciamento de R$ 21,6 bilhões no Orçamento de 2009. No final do mês, o governo vai apresentar cronograma de liberação de recursos para atender as emendas individuais de todos os deputados e senadores.