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Delcídio diz que CPI deverá apresentar novo relatório

Agência Senado - 08 de setembro de 2005 - 10:30

As comissões parlamentares de inquérito dos Correios, do Mensalão e dos Bingos devem dedicar a quinta e a sexta-feira à análise de documentos, mas nas próximas duas semanas os trabalhos serão intensos, com a tomada de vários depoimentos, principalmente na CPI dos Correios. O relator dessa comissão, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), informou também que na quinta-feira (15) entregará um segundo relatório parcial. O primeiro, aprovado em conjunto com a CPI do Mensalão, foi entregue por Serraglio e pelo presidente da CPI, senador Delcídio Amaral (PT-MS), na última terça-feira, (6) à Corregedoria da Câmara. O relatório sugere a abertura de processo de perda de mandato de 18 parlamentares envolvidos nas denúncias de corrupção.

- Começaremos a apresentar o outro lado da CPI, que é a análise documental dos contratos, apesar de muita coisa ainda estar pelo meio do caminho - disse Delcídio.

O deputado disse que não é certo que esse segundo relatório faça alguma menção ao nome do senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG), acusado de ter recebido recursos das agências do publicitário Marcos Valério Fernandes de Souza, suposto operador do "mensalão", em sua campanha ao governo de Minas Gerais em 1998.

- Nós não o incluímos no primeiro relatório porque tínhamos um critério: prática de ato enquanto parlamentar. Quem vai decidir se a eleição de 1998 vai ser objeto de investigação, e, portanto, se vai constar do relatório, é o plenário da CPI - explicou.

Para o senador Alvaro Dias (PSDB-PR), membro da comissão, o mesmo tratamento que for dado a Azeredo deverá ser conferido ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

- Se houver representação contra ele, tem que haver contra o presidente, com maior razão, porque relativamente a Lula, as denúncias de recursos indevidos na campanha eleitoral atingem diretamente a sua candidatura, maculando o seu mandato - afirmou.

Programação


A Sub-relatoria de Movimentação Financeira da CPI dos Correios, por exemplo, ouvirá, no dia 13 (terça-feira), a presidente do Banco Rural, Kátia Rabelo, e mais dois diretores da instituição e a Sub-relatoria de Contratos, por sua vez, ouvirá os dirigentes da Skymaster e Mauro Dutra, proprietário da Novadata, empresas que prestam serviço aos Correios.

No dia 14 (quarta-feira), o chefe do Núcleo de Assuntos Estratégicos da Presidência, Luiz Gushiken, prestará depoimento no plenário da comissão. No dia 15 (quinta-feira), haverá reunião administrativa.

Na semana seguinte, no dia 20 (terça-feira), a Sub-relatoria de Movimentação Financeira ouvirá o sócio e advogado de Marcos Valério, Rogério Tolentino, e dirigentes do BMG, ao passo que a Sub-relatoria de Contratos receberá o ex-diretor dos Correios Maurício Madureira e dirigentes da Beta, outra empresa que presta serviços à instituição.

No dia 21 (quarta-feira), prestará depoimento no plenário da comissão o empresário Daniel Dantas, dono do Banco Opportunity. Suas empresas são apontadas como depositárias das contas de Valério. No dia 22 (quinta-feira), haverá nova reunião administrativa.

Para Delcídio, essa nova dinâmica de oitivas em sub-relatorias dará agilidade aos trabalhos da comissão. Pelas contas do presidente, a comissão vai "levantar acampamento" no dia 15 de dezembro. Ele afirmou que não pretende prorrogar o prazo de 180 dias, e que a meta dos próximos três meses será "perseguir a origem dos recursos" que alimentaram o esquema de corrupção.

O presidente da CPI dos Bingos, senador Efraim Morais (PFL-PB), confirmou, segundo informações da secretaria da comissão, que colocará em votação, na próxima semana, requerimento de autoria do senador Geraldo Mesquita Júnior (PSOL-AC) que convoca para depor o ministro da Fazenda, Antonio Palocci.

Já a CPI do Mensalão está se dedicando à elaboração de um banco de dados consistente e informatizado, com os documentos recebidos da Receita Federal, das empresas de telefonia, do Banco Central, do Banco do Brasil e de bancos privados, como o Rural e o BMG.

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