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Delcídio defende ofensiva e operação "mãos limpas"
Com as sucessivas denúncias do pagamento de mesada a parlamentares da base aliada do Governo Federal feito pelo PT, o senador Delcídio do Amaral (PT/MS), presidente da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) mista dos Correios afirmou nesta manhã que o governo tem que partir para a ofensiva imediatamente. Não podemos patinar, as coisas estão em uma velocidade fora de controle, apontou o senador sobre as novas denúncias.
No sábado, a revista Veja publicou novas acusações contra o PT. Documentos bancários apontam a ligação do partido com o empresário dono de agências de publicidade Marcos Valério, que tem sido acusado de ser o operador do mensalão. Conforme a publicação, o PT fez um empréstimo de R$ 2,4 milhões no dia 17 de fevereiro de 2003 no BMG (Banco de Minas Gerais), em Belo Horizonte. Os três avalistas foram José Genoíno, presidente da legenda; Delúbio Soares, o tesoureiro do PT e Marcos Valério. O dinheiro foi depositado na conta do PT no Banco do Brasil. A revista avaliou como ligações financeiras obscuras entre o PT e o publicitário.
Questionado sobre o posicionamento de neutralidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em relação às denúncias, o senador disse que o presidente ficou surpreso, o que impediu decisões imediatas. O presidente sempre se pautou pela ética e moralidade. A reação dele foi de surpresa por ser o primeiro acontecimento como este em 25 anos de história do PT, respondeu o presidente da CPI.
Para o senador, a crise política pela qual passa o governo pode interferir nas eleições de 2006. Se não agirmos com velocidade haverá reflexo em todo o País, vai atingir os Estados e também outros partidos da base aliada. O problema está se alastrando.
Na opinião de Delcídio do Amaral, o destino tem desenhado no futuro do Brasil uma operação mãos limpas, desencadeada naturalmente com os trabalhos da CPI dos Correios, da Polícia Federal e da Controladoria Geral da União, apontou. O país será passado à limpo, ou punimos ou nos arrebentamos. A pressão viria tanto da oposição como da opinião pública, definiu.
Sobre a rotina de estar à frente das investigações, o senador disse estar muito cansado. È uma pressão muito grande, 24 horas. Tenho acompanhado a mídia e a cada dia há uma surpresa, disse Delcídio em entrevista coletiva após reunião com o diretório regional do PT.